Caio Prado, artista carioca conhecido por suas músicas de luta, como o “hino” LGBTIQA+ “Não Recomendado” – gravado por Elza Soares – e “Não Sou teu Negro”, interpretada ao lado de Alcione, lançou em 22 de março seu terceiro disco, “Caio em Ti”, primeiro lançamento pela gravadora Deck. O álbum apresenta um Caio mais solar, mais pop, abrindo espaço para falar de temas como amor, sexo, praia, futebol e outros assuntos de seu universo. O novo álbum pretende ser um marco na carreira de Caio, não só pelas temáticas abordadas nas letras, mas pelo resgate da carioquisse latente do artista, isso tudo refletido na sonoridade do disco.
“É música pra fazer amor, pra tocar na pista, para as pessoas dançarem, ainda que tenha letra que fale da desigualdade social, o que fica é a alegria de viver porque esse é um disco muito feliz”, comenta Caio, artista que carrega no corpo as lutas antirracistas e pelos direitos da comunidade LGBTQIAP+.
A sonoridade do álbum traz elementos de uma nova música popular brasileira que ressurge flertando com vários estilos musicais. Umberto Tavares – produtor musical do álbum em coprodução com o time Mousik (Jefferson Junior, Stefan Baby, Toninho Aguiar, Machadez) – define “Estranho”, uma das faixas, como um estilo que marca o cenário musical: MPB FUNK.
O encontro entre Prado e Umberto Tavares se deu depois do feat entre Belo e Caio, numa produção musical também de Umberto: “Trazer essa produção musical pro meu disco explodiu a bolha que eu caminhava e me trouxe de volta para uma essência perdida lá de Realengo (bairro onde Caio nasceu e cresceu), onde sou cria do funk e pagode. É um disco pra ser compreendido por todes, sem rebuscar conceitos e me dando de peito aberto ao popular”.
Além do Funk, a MPB brinca com o R&B, como em“Sem demandas”, faixa foco do disco, além de Afrobeat, pagode e tudo que há de mais contemporâneo musicalmente.
“Tem muitas experimentações minhas, cantando em vários registros, mais grave, mais agudo, mais vibrato, sendo mais livre, sem amarras, sem demandas”, explica Caio.
Assim também foi com as composições. Ao invés de um álbum 100% autoral, como os dois últimos, Caio escreveu as músicas com vários parceiros, como Doralyce, que faz participação em uma das faixas, Luthuly, Umberto Tavares, Jefferson Junior, Tiago Silva e também composições ao lado dos produtores Marcelo Delamare e Theo Zagrae, que assinam composições e assinam a pré produção musical do álbum.
A atmosfera que se cria em “CAIO EM TI” é um derramar de arte da sua poesia, canto e ousadia. Buscando outros ares para as músicas e fazendo com que elas cheguem a novos cantos do Brasil.
Foto: Washington Possato
O título do álbum vem de uma provocação de Pedro Loureiro, empresário e diretor artístico do disco:
“Acho que você poderia pensar numa música brincando com seu nome. Caindo em si”, disse Pedro a Caio em 2018.
Os dois se conheceram a partir de Elza Soares – Pedro foi empresário de Elza nos últimos 10 anos de trabalho da artista – e foi quando a provocação foi lançada. Anos depois, os dois se reencontraram e a música criada, “Caio em Ti”, que se tornou o nome do disco.
Clipe “Sem Demandas”
Junto ao álbum, Caio Prado lança também um novo clipe, desta vez para “Sem Demandas”, faixa foco do disco. O clipe foi dirigido por André Hawk e a ideia do roteiro é mostrar um casal se reconciliando a partir da música que embala a relação deles que é “Sem Demandas”. “Eu e o Andre, diretor do clipe, nos inspiramos no filme chamado “Malcon & Marie” e convidei esses dois amigos artistas e atores, Tchelinho, que é multi-artista e a Katiany Correia, que é dançarina a atriz para interpretarem esse casal afrocentrado. Uma música e um clipe sobre amor, amor preto, união, e sobre dar luz às coisas boas da relação, não focar só nos problemas e sombras, mas botar sol onde a gente ama” – comentou Caio.
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