“A cada trabalho eu busco desvendar para a plateia uma faceta, trazendo sempre versatilidade e uma novidade para as minhas criações artísticas”, ressaltou

Um homem elegante dentro e fora de cena. É assim que Reinaldo Junior, ou melhor, o ‘Rei Black’, como é conhecido, tem aparecido na mídia. Aos 33 anos, o ator e diretor, nascido em Mesquista, na Baixada Fluminense, no Rio, representa bem um cara bem vestido. Bastam poucos minutos nas redes sociais dele, por exemplo, para conferir um dos seus diferenciais, o estilo. Mas, também, o que esperar de quem pulsa tanto talento na TV, no cinema, nos palcos, mas também nas ruas?

Sempre em busca de novas tendências do mundo fashion negro, ele ainda arruma tempo para conciliar a rotina com outras tarefas. “Sou amante do esporte, gosto de correr, pratico boxe desde a adolescência, amo plantas e adoro me vestir com criatividade. A moda tem ganhado mais espaço na minha vida e, normalmente, utilizo peças exclusivas desenvolvendo o meu próprio estilo com o apoio de parcerias como Ateliê Cretismo,  Bonecas Pretas, Patrick Ramos etc”, salienta.

Indicado ao Prêmio Shell de Melhor Ator pelo espetáculo “O Grande Dia” e com uma aclamada trajetória como protagonista da peça “Para o Meu Amigo Branco”, dirigida por Rodrigo França, ele tem subido em palcos de diferentes estados do Brasil. Este espetáculo, sucesso absoluto de crítica e público, reafirma seu talento versátil. Além disso, ele também tem se destacado como diretor do espetáculo “Amor de Baile”, que tem lotado o Teatro II do Sesc Tijuca, onde fica em cartaz até o dia 30 de junho. “A cada trabalho eu busco desvendar para a plateia uma faceta, trazendo sempre versatilidade e uma novidade para as minhas criações”, ressaltou.

Atento na coxia e tão potente sob as tábuas, para chegar longe foi preciso ter muita resiliência. “Hoje a gente ainda não tem um acesso democrático ao teatro negro. Seguimos como a menor parte quando se trata de editais, investimentos, incentivos público e privado. Mas mesmo assim marcamos este tempo como o qual a população negra mais enche os espetáculos pelo Brasil “, destaca.

Segundo o ‘Rei Black’, o teatro negro no país é marcado pelo experimental na década de 40. “Este foi o responsável por inserir artistas negros como protagonistas das próprias narrativas e questionadores sobre a democracia racial. As peças “Nem todo filho Vinga” “Macacos”, são exemplos. Com isso, falamos de empregabilidade, diversidade e representatividade. Sem contar que fazer teatro negro é pensar no plural”, desabafou.

Para o ator, nos últimos 10 anos, o teatro negro tem formado não só artistas, mas também consumidores de narrativas negras. “Eles cansaram de histórias hegemônicas e nós ao longo da história viemos rompendo uma ideia colonial, a qual resulta em uma identificação direta com 56% da população. A cada 10 espetáculos pretos, mais da metade esgota nas primeiras semanas. É fundamental que as divisões relacionadas aos apoiadores supram a maior produção cultural brasileira que é feita por mãos e mentes negras”, reforça.

Desde 2019, Rei Black vem ganhando cada vez mais destaque. Além dos últimos espetáculos, ele também participou de filmes como “Nosso sonho”, “Mussum, o Filmis”, “O faixa preta”, e das séries “Encantado’s”,“Falas negras” e “Cinema de enredo”. Também integrou o elenco da novela “Vai na fé”, de Rosane Svartman, na Rede Globo, como o divertido ‘DJ Bel-Air’, que usava referências do funk ao longo da trama, cultura a qual tanto conhece.

Seja na TV, no teatro ou no mercado cinematográfico, Rei Black é daqueles nomes a ficar de olho. E é nas artes cênicas que ele promete dar um show novamente. Desta vez, se prepara atualmente para interpretar o policial civil ‘Rubem’, em “Beleza fatal”, primeiro novela da HBO Max que estreia em 2025, folhetim escrito por Raphael Montes, com direção de Maria de Médicis , supervisão de Silvio de Abreu, onde fará par romântico com a vilã ‘Lola’, personagem da atriz Camila Pitanga.