Websérie percorre municípios paraenses para apresentar os mestres e mestras de carimbó

por | maio 3, 2023

Com o desejo de evidenciar o carimbó como ferramenta pedagógica de ensino, promover maior valorização do ritmo e realizar o intercâmbio entre saberes populares e acadêmicos foi realizada a websérie documental “Vivências do Carimbó”, já disponivel no YouTube. Foram percorridas diversas localidades paraenses para entrevistar mestras e mestres de carimbó, professores da rede pública de ensino e fazedores do ritmo. “Buscamos promover o diálogo entre as áreas da educação, cultura e salvaguarda do carimbó. Entrevistamos e acompanhamos um pouco da rotina de educadores e carimbozeiros, fazendo uma ligação entre áreas que normalmente vemos muito afastadas: a educação da sala de aula e a cultura popular, presente nas ruas, nos grupos e rodas de carimbó”, afirma Priscila Cobra, idealizadora e co-diretora da websérie.

Em 2014 o carimbó foi registrado como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e está presente em pelo menos 100 municípios do Pará. Em suas letras, o carimbó traz ensinamentos de populações tradicionais quilombolas, ribeirinhas e indígenas, e revela saberes de uma realidade socioambiental e cultural que preza pela valorização de culturas ancestrais, respeito e conservação da natureza. “Mas o carimbó também traz o ambiente urbano e a realidade do asfalto. Com as gravações, vivenciamos aspectos dessa cultura e como ela pode ser ensinada e utilizada como ferramenta para educação em sala de aula”, afirma Marcos Corrêa, co-diretor da websérie.

Foto: Marcos Corrêa

A websérie foi dividida em três episódios: no primeiro são apresentados os fazedores de carimbó de Icoaraci, no segundo episódio foram ouvidos professores e mestres de carimbó de Soure, no Marajó; já o terceiro episódio conta com entrevistados da Região Metropolitana de Belém. Uma das entrevistadas foi Solange Ramirez, professora da rede pública de ensino em Soure, no Marajó, e representante do Grupo de Carimbó Marafênix. Segundo Solange, a sociedade tem muito a ganhar ao aproximar a vivência do carimbó da sala de aula: “Essa interação de saberes estimula a inovação das práticas de ensino, porque o carimbó valoriza a cultura e os saberes tradicionais e tem uma natureza diversa: aborda desde a cultura, quanto o meio ambiente, a alimentação e a biodiversidade. Por isso, utilizar esses saberes dentro da sala de aula, nos leva à possibilidade de ensinar aos mais jovens essa cultura, e também valorizar essa manifestação cultural tão rica do nosso Estado, que é o carimbó”.

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