Quando Bruno Mars foi anunciado como atração do The Town, era quase garantido que faria o melhor show de todo o festival. Na verdade, não se tem notícia do cantor havaiano se apresentando de forma burocrática, mas testemunhar a performance de Mars pessoalmente é ter o privilégio de receber uma aula de pop em diversas vertentes.
Neste domingo (10), Bruninho (como foi apelidado pelos fãs brasileiros) subiu pela segunda vez ao palco Skyline do Autódromo de Interlagos com a missão de superar somente a ele mesmo em show feito uma semana antes no mesmo local. O artista não precisou reinventar a roda e reconstituiu todo roteiro sem brechas da primeira noite. Para quem já tinha visto e para quem não tinha, foi uma catarse banhada ao melhor que a música pop produziu nos últimos dez anos.
Bruno Mars é, guardadas as devidas proporções, um herdeiro espiritual de Prince e Michael Jackson (. Tanto no domínio dos instrumentos musicais (ele toca vários) quanto no cuidado com a performance vocal e, principalmente, no domínio sobre o público. Talvez neste quesito, somente Beyoncé e Coldplay façam o mesmo na indústria do pop.
É necessário dar um crédito importante para os músicos dançarinos que também cantam e acompanham Mars. Todos donos de virtuose, mas com adição de muito carisma. O suingue e a alegria em cima do palco parecem ser critérios do astro a hora de escolher quem vai lhe acompanhar. É impressionante como as coreografias da trupe são gostosas e hipnóticas de acompanhar, além de quase todos cantarem também.
Para quem está saturado de bases pré-gravadas ou playbacks descarados no mundo da música pop, foi um deleite ver a performance de Bruninho no palco do The Town. Atingindo todas as notas sem errar e sem desafinar e ainda dançando sem parar, ele poderia dar aula a uma boa parte dos artistas atuais do cenário mainstream.
“24K Magic”, “Billionaire” e “Runaway Baby” fizeram o público explodir na pressão, mas simplesmente parece que dentro do setlist do astro não há espaço para respiro. Cada canção parecia mais uma mistura na pressão do entretenimento que o público presenciou.
Na plateia, Xororó apareceu no telão durante o replay de “Evidências”, também executada no último show. As milhares de pessoas vibraram e cantaram a música do início ao fim sob a batuta do tecladista John Fossitt.
Se o show não tivesse sido perfeito do início ao fim, era possível dizer que Bruno Mars guardou o melhor para o final, mas com certeza foi explosivo o suficiente. “Just the Way You Are” e “Uptown Funk” coroaram uma noite fenomenal.
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