Ler enriquece seu mundo interior, te dá argumentos contra os ignorantes, contra os burros, mas acima de tudo, faz você se transformar em uma pessoa flexível à novas ideias, mais empático, te dá um repertório cultural para transitar em vários lugares.
Para inspirar você a iniciar 2024 lendo, vai algumas indicações de livros que precisam estar na sua lista de leitura.
O livro da história negra
Escrito em linguagem simples e acessível, O livro da história negra é ricamente composto por infográficos, ilustrações e textos atraentes. A obra é fundamental e envolvente tanto para curiosos no assunto quanto para os estudantes mais entusiasmados. O livro explora a rica e complexa história dos povos da África e da diáspora africana, além das lutas e vitórias do povo negro ao redor do mundo, e fornece explicações concisas e claras de eventos importantes e marcos culturais. Traz à luz histórias normalmente ignoradas e está repleto de citações memoráveis de grandes personagens, ilustrações fortes e infográficos didáticos que detalham conceitos complexos.
É um resumo para iniciar as pessoas nos meandros da história negra
A sapatilha que mudou meu mundo
Nascida no subúrbio carioca, Ingrid Silva está hoje em um dos maiores postos do balé mundial. Aos 8 anos, ainda menina, conseguiu uma vaga em um projeto social que leva aulas de balé para as comunidades carentes do Rio de Janeiro e nunca mais parou de dançar. Ao entrar para a Dance Theatre of Harlem, Ingrid se deparou com mais um grande problema: a cor da sapatilha. Como o balé nasceu na Europa e foi idealizado predominantemente por pessoas brancas, as sapatilhas rosas sempre foram adotadas como um padrão. Ingrid passou onze anos pintando os próprios calçados até conquistar sapatilhas fabricadas com a cor da sua pele.
Um ano após a transformação estrutural que causou, um par das sapatilhas que Ingrid pintava virou peça do Museu Nacional de Arte Africana Smithsonian, nos Estados Unidos.
Ao longo de sua trajetória, Ingrid venceu obstáculos, sofreu preconceito e narra em “A sapatilha que mudou meu mundo” toda a sua caminhada até aqui.
A bailarina que pintava suas sapatilhas
Em “A bailarina que pintava suas sapatilhas”, Ingrid Silva traz um texto cheio de afeto e representatividade. Ela divide com os pequenos leitores sua história no balé, desde a infância no subúrbio carioca até sua experiência na Dance Theatre of Harlem, de Nova York, quando se torna mundialmente conhecida. Ingrid conta como enfrentou preconceitos raciais e sociais e inspira as crianças a se descobrirem através de sua trajetória.
A autora também explica o motivo de ter passado anos pintando suas sapatilhas na cor de sua pele: “As sapatilhas de balé foram criadas pensando apenas em pessoas de pele clara, por isso aquele tom rosinha. Para mim, tinha que ter o tom da minha pele. Assim, passei a pintar as sapatilhas de marrom, pois não encontrava um par dessa cor para comprar em lugar nenhum”.
Meu caminho até a cadeira número 1
Conquistar um cargo de diretoria é algo distante para a maioria da população. Imagine, então, quando se é mulher, negra e periférica. Caçula em uma família de sete irmãos, Rachel Maia estudou a vida toda em escola pública e dividia um quarto da casa com todas as irmãs. “Meu pai me ensinou que os estudos e a preparação são fundamentais. Minha mãe me mostrou que a coragem e a sensibilidade me levariam longe.”
Em “Meu caminho até a cadeira número 1”, a respeitada executiva conta como construiu uma bem-sucedida carreira em importantes empresas globais, como Tiffany & Co., Pandora e Lacoste. Além de compartilhar com os leitores sua trajetória de vida, formação e convicções sobre o mercado de trabalho, diversidade e autoconfiança.
Caixa Preta:
Luiza Brasil, criadora da plataforma Mequetrefismos e colunista da revista Glamour, lança sua obra de estreia: “Caixa Preta”. Com uma escrita potente e bastante afetuosa, Luiza se inspirou em sua coluna na Glamour para apresentar ao leitor diversos temas muito importantes que abraçam as suas vivências a respeito de identidade e protagonismo e que, com certeza, vão além de sua vasta experiência na área da moda.
Através da moda, Luiza se conectou com a própria ancestralidade e aflorou sua criatividade. Também por meio dela, descobriu como sua imagem e seu intelecto podem constituir poderosas ferramentas políticas. “Caixa Preta” é, certamente, um livro feito com o objetivo de difundir a importância da representatividade e do pertencimento, assim como do respeito às múltiplas identidades.
Trilogia Escravidão
Com uma pesquisa minuciosa, Laurentino Gomes nos leva a uma viagem pelos três séculos de escravidão no Brasil, percorrendo a história desde o primeiro leilão de cativos em Portugal até a Lei Áurea, revelando os horrores e as violências cometidas contra os negros africanos e seus descendentes. Além disso, a obra traz uma abordagem completa sobre a cultura, a política e a economia do país durante esse período.
A trilogia “Escravidão” é um convite para ampliarmos nosso conhecimento sobre a história do Brasil e refletirmos sobre as questões raciais que ainda permeiam a nossa sociedade.
À cor da pele:
Filho de mãe branca e pai negro, Bobby Saraceno é um rapaz que se reconheceu como branco a vida inteira. Criado pelo avô materno racista, ele decidiu esconder sua origem de todos, até mesmo de seu melhor amigo de infância, Aaron, que acaba de sair da prisão recém-radicalizado como supremacista branco. Na noite em que os dois se reencontram, Bobby testemunha uma violenta agressão de Aaron a um jovem negro, e ali entende que deve não apenas manter sua identidade em segredo, mas também esconder da polícia seu envolvimento involuntário no crime. Porém, Bobby tem de enfrentar os próprios demônios quando seu pai entra em sua vida depois de mais de vinte anos, forçando uma colisão entre passado e presente: é então que passa a questionar se a medida da própria existência está inequivocamente atrelada à cor da sua pele.
Tensão, reflexão sobre as tensões raciais incontornáveis e a súbita tomada de consciência de uma realidade comum a milhões de pessoas negras. Leitura obrigatória
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