Jup do Bairro, artista multimídia lança hoje seu mais novo single “DEUS EX MACHINA”, com participações de Urias e Erika Hilton.

A música já havia sido apresentada ao vivo em duas ocasiões: um show na Casa Natura Musical e outra vez no Sesc Vila Mariana, ambas neste ano, como parte de uma narrativa performática aberta por Jup do Bairro para conectar seu lançamento mais recente, o EP in.corpo.ração (2024) e o disco JUÍZO FINAL, projetado para lançamento no primeiro semestre de 2025.

Em in.corpo.ração, a multiartista rememorou o passado e o que precisava ser deixado para trás para encontrar a potencialidade de ser quem se é e agora, neste novo momento, Jup celebra e indaga quais são as “tecnologias travestis” que a faz existir e manter-se de pé nesse mundo de conexões caóticas. 

Se reinventando a partir desses mecanismos e pavimentando caminhos para futuros possíveis, ela convida Erika Hilton, deputada federal e ativista do movimento trans e a cantora pop Urias para celebrarem com ela as tecnologias oriundas de sua arte em “DEUS EX MACHINA”.

“A expressão latina ‘DEUS EX MACHINA’ vem do grego e significa ‘Deus surgindo da máquina’, uma referência a essa prática das peças gregas. Esta canção evoca uma metáfora disso com Urias representando uma máquina que surge das minhas invenções estéticas”, explica Jup. “Criatura e criadora simboliza as tecnologias de sobrevivência que criamos ao longo de toda a história para seguirmos vivas e ativas. A participação da Erika entra aí como o endosso desse canto, reforçando nossa participação não apenas na arte, mas também na política e em outros setores e giros do mundo”, completa.

Sobre o encontro com Jup do Bairro e Erika Hilton em “DEUS EX MACHINA”, Urias celebrou: “Foi um prazer e honra absolutos, tanto pelas participações quanto pelo significado da música. Muito bom poder mostrar algumas de nossas tecnologias pro mundo, amo Jup e Érika e não teria como eu não estar orgulhosa de participar.”

“Sempre fui admiradora da Jup, da arte dela e pra mim foi uma alegria gigantesca ser convidada para fazer parte desse momento. Porque as vozes pretas, transvestigêneres e dissidentes da sociedade produzindo arte são capazes de mudar as estruturas e o mundo. Eu que estou dentro da esfera política institucional  ter a oportunidade e o privilégio de compartilhar a minha presença neste espaço cultural, acessado por outro formato pela juventude, pelas mulheridades e pela negritude, pra mim é potência, é uma forma de ampliar vozes, de conectar lutas, de fortalecer nossos embates e enfrentamentos”, revelou  Erika Hilton.

A produção musical de “DEUS EX MACHINA” é do FUSO!, DJ e produtor musical que produzirá o novo álbum de Jup, JUÍZO FINAL, ao lado do músico e produtor Apeles (Eduardo Praça). Junto a Gabe Lima (diretor artístico), Jup do Bairro desenvolveu imagética referenciada nas suas concepções acerca da tecnologia travesti.

Sobre as escolhas estéticas do projeto visual de “DEUS EX MACHINA”, Gabe contou: “Nós nos ancoramos muito no elemento tecnológico atemporal que é a luz, que carrega o sentido de astro também, para representar a transmutação e transversão de tempo que a tecnologia trans permite, em como ela dialoga com o tempo de  forma muito própria e única. A cor rosa em destaque tem uma simbologia muito forte para narrativa, pensando que essa música é interpretada por três mulheres trans e existe toda uma leitura tradicional que liga o rosa a feminilidade padrão, trazer a cor para este projeto reforça o lugar legítimo da existência dessas mulheres. A canção é um passo para o próximo momento da carreira da Jup e é um clarão antes desse ‘JUÍZO FINAL’”, ele conclui.