Acadêmicos do Tucuruvi faz história ao levar Manto Tupinambá para o Anhembi

por | março 1, 2025

O Carnaval de São Paulo 2025 será palco de um momento histórico: pela primeira vez, um artefato indígena repatriado será tema de um enredo de escola de samba. E não se trata de qualquer artefato. O Manto Sagrado Tupinambá, uma relíquia ancestral que atravessou séculos e continentes, será celebrado na avenida pela Acadêmicos do Tucuruvi, no enredo “Assojaba – A Busca Pelo Manto Sagrado”.

Mais do que um símbolo, o Manto é um ser vivo para o povo Tupinambá de Olivença. Ele carrega a força dos ancestrais, a luta pela repatriação e a resistência indígena no Brasil. Por mais de 380 anos, esteve longe de sua terra, alojado no Museu Nacional da Dinamarca. Em 2024, foi devolvido ao Museu Nacional do Rio de Janeiro. Os Tupinambás de Olivença buscam a construção de um museu em Olivença para aloja-lo no futuro.
Feito de penas vermelhas de guará costuradas em uma malha com uma técnica ancestral do povo Tupinambá, o Manto que estava na Dinamarca mede cerca de 1,80 metro de altura por 80 centímetros de largura. Sua retirada do Brasil aconteceu ainda no período colonial, e sua devolução se tornou um marco da luta indígena contemporânea. A busca pelo Manto: uma história de resistência. A jornada pela devolução do Manto começou nos anos 2000, quando Nivalda Amaral de Jesus, a Amotara Tupinambá, e Aloísio Tupinambá o viram exposto no Parque do Ibirapuera, durante a mostra “Brasil +500”

O impacto foi imediato. Aquela não era uma simples peça de museu. Era um ancião, uma entidade viva que havia sido arrancada de sua terra e precisava voltar. Na época, em entrevista à Folha de S. Paulo, Amotara declarou: “Somos Tupinambás, queremos o Manto de volta.”

Assim começou uma luta que durou mais de 20 anos. Amotara e Aloísio faleceram em 2018, sem ver a conclusão desse processo, mas sua luta se transformou em legado. Agora, sua história será cantada e dançada na passarela do samba, ecoando resistência para o mundo.

Tupinambá na Avenida: um ato político de resistência

Ao saber que a Tucuruvi levaria essa história ao Carnaval, o Conselho Indígena Tupinambá de Olivença reconheceu a importância de estar presente. Não é apenas um desfile. É um ato político. É um grito de resistência.

“É simbólico que essa história seja contada em São Paulo, pois foi no Ibirapuera que a jornada de devolução do Manto começou. Foi lá que Amotara e Aloísio, ao verem o Manto pela primeira vez na exposição dos 500 anos do Brasil, iniciaram esse processo. Agora, 25 anos depois, a Acadêmicos do Tucuruvi irá cantar e contar esta história para mais de 200 países”, afirmou o Conselho em publicação oficial.

Mas a resistência não se limita à avenida. No dia 02 de março, os Tupinambá de Olivença realizarão um encontro na Ocupação 9 de Julho, um dos quilombos urbanos mais emblemáticos do Brasil e símbolo da luta por moradia.
O encontro será um momento de partilha e Porancy, um ritual de força e ancestralidade. Um espaço para reafirmar a importância da repatriação, da ocupação de espaços de protagonismo na cultura brasileira e da luta contínua dos povos indígenas pelo direito ao território.

Convite à imprensa: venha contar essa história conosco

Jornalistas e comunicadores são convidados a testemunhar esse momento único, a registrar e amplificar uma história que, por muito tempo, tentaram apagar. Este não é um Carnaval apenas de festa, mas de memória, de luta e de futuro.

📍 Desfile da Acadêmicos do Tucuruvi
⏳ Quinta escola a entrar na avenida
🕒 Horário previsto: entre 2h30 e 2h50 da manhã (de sábado para domingo)
📍 Ocupação 9 de Julho – Encontro e Porancy
🗓 Dia 02 de março
Para entrevistas, pautas especiais e mais informações, entre em contato:
📞 Conselho Indígena Tupinambá de Olivença (CITO)
📲 Comunicação CITO: (11) 97476-0253
📢 O Brasil precisa conhecer essa história. Vamos contar juntos?

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