O projeto Tambor Ancestral abriu inscrições gratuitas para a oficina Iniciação à Música – Maracatu e Blocos Afro. A atividade será realizada no Instituto Luz de Angola, em Olinda. Com 25 vagas disponíveis, o curso pretende unir música, ancestralidade e empoderamento, formando um grupo artístico que valoriza os saberes das periferias e abre caminhos para a profissionalização de crianças e adolescentes. Para participar é preciso realizar inscrição até o dia 15 de outubro, no www.instagram.com/
Com início das aulas previstas para iniciarem em 21 de outubro e término em 29 de novembro, a formação terá carga horária de 60 horas. Os encontros, de três horas cada, ocorrerão às terças e quintas, das 19h às 21h30, e aos sábados, das 13h às 16h.
A oficina será conduzida pelo músico e educador Rodrigo Zarina, com a participação de Adriana Luz (Mestra Di) e Mestre Liu Dias. Mais do que ensinar percussão, o projeto se apresenta como uma ferramenta pedagógica, social e cultural, que aposta na coletividade e no poder transformador da ancestralidade.
A proposta é que crianças, adolescentes e jovens da periferia encontrem na música um caminho de autoestima, pertencimento e profissionalização.
“O tambor sempre foi um professor silencioso. Ele ensinou nossos ancestrais a se comunicar, mesmo quando a palavra lhes foi negada. No Brasil, foi perseguido, mas resistiu em quilombos, terreiros e festas populares. Hoje, volta a ensinar: mostra às novas gerações que é possível aprender história, cultura e identidade a partir do ritmo, da roda e da coletividade”, explica Rodrigo Zarina, músico e idealizador do projeto.
Na oficina, os participantes terão contato com ritmos como afoxé, maracatu, ciranda, capoeira, coco e cantos sagrados. A prática será acompanhada de reflexões sobre a importância histórica desses elementos na cultura afro-brasileira.
Entre os instrumentos utilizados estão os pandeiros artesanais, feitos à mão; os atabaques, tambores sagrados usados em religiões de matriz africana e maracatus; os ilús, tambores graves de origem iorubá; os agbês, cabaças cobertas por redes de contas; o berimbau, que comanda a roda de capoeira; os ganzás, chocalhos cilíndricos que sustentam a base rítmica; os agogôs, sinos metálicos de diferentes tamanhos; e os caxixis, pequenos chocalhos de palha usados junto ao berimbau.
Cada encontro terá ainda lanche coletivo, reforçando o clima comunitário. Embora as aulas não contem com tradução simultânea em Libras ou audiodescrição, a apresentação final – marcada para 29 de novembro – contará com intérprete de Libras, garantindo acessibilidade ao público surdo.
O projeto já teve duas edições anteriores. Em 2020, foi realizado no formato online, durante a Lei Aldir Blanc, em Olinda. Em 2023, chegou ao Quilombo do Catucá, em Camaragibe. Agora, com recursos da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), retorna a Olinda com foco ampliado no empoderamento social e cultural.
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