Na manhã desta terça-feira (14/10/2025), a família do cantor D’Angelo confirmou sua morte aos 51 anos, após uma batalha privada contra um câncer de pâncreas.
“A estrela brilhante de nossa família diminuiu sua luz para nós nesta vida… Após uma luta prolongada e corajosa contra o câncer, estamos devastados em anunciar que Michael D’Angelo Archer, conhecido por seus fãs pelo mundo como D’Angelo, foi chamado para casa hoje.”
— declaração da família para o jornal The Guardian.
Nascido em Richmond, Virginia, em 1974, D’Angelo (nome real: Michael Eugene Archer) se consagrou como uma figura central no movimento neo-soul, com sua musicalidade visceral, íntima e profundamente influenciada pelas tradições do soul, do gospel, do funk e do jazz.
Seu percurso artístico ganhou projeção com o álbum de estreia Brown Sugar (1995), que virou marco do soul contemporâneo e ajudou a pavimentar o caminho para artistas como Maxwell e Erykah Badu.
Mas foi no álbum Voodoo (lançado em 2000) que D’Angelo atingiu seu ápice criativo — um trabalho experimental, orgânico e diverso, capaz de unir elementos retrô e vanguardistas e de transformar Untitled (How Does It Feel) em hino e ícone visual.
“Untitled (How Does It Feel)” foi premiada com o Grammy de Melhor Performance Masculina em R&B e ficou marcada tanto pela musicalidade quanto pelo videoclipe, que projetou D’Angelo como símbolo sensual da época.
Após Voodoo, seu processo artístico deu sinais de pausa: ele demorou 14 anos para lançar outro álbum, Black Messiah, apenas em 2014 — um retorno considerado triunfal.
Nos bastidores, D’Angelo era visto como um perfeccionista: suas sessões em estúdio tinham espírito de improviso, com músicos convidados livremente explorando grooves.
Com sua partida, o mundo da música perde uma voz profundamente sensível, que fez do silêncio, da respiração e da emoção musical seus instrumentos. Que seu legado continue reverberando entre gerações.








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