Na sexta-feira, 7 de novembro de 2025, a cidade de Salvador, na Bahia, acolheu com festa a segunda edição do Trace Fest Salvador — um evento gratuito e de rua que reuniu som, identidade e potência das culturas afro-urbanas brasileiras e da diáspora.
O palco foi a Praça Maria Felipa (antiga Praça Cayru), no bairro do Comércio, em frente ao Elevador Lacerda, no coração de Salvador.
A entrada foi gratuita, e a intenção, acima de tudo, era ocupar a cidade com arte, som, dança, estilo e representatividade – reafirmando Salvador como epicentro da cultura negra no Brasil e conectando Brasil, África, Caribe e França num grande encontro de diáspora.
Programação e destaques do palco
A curadoria do festival teve assinatura do coletivo Batekoo, que não só abriu a noite como também foi mestre de cerimónias, animou os intervalos e fechou o baile final com energia intensa.
O line-up completo ficou assim:
-
17h00 – Batekoo (Brasil) – Abertura
-
17h50 – Ítalo (convida Nêga) (Brasil)
-
18h40 – Pyroman & DJ Gustah (França + Brasil)
-
19h40 – Yan Cloud (Brasil)
-
20h40 – Ronisia (Cabo Verde / França)
-
21h50 – Seun Kuti & Egypt 80 (Nigéria / França)
-
23h10 – Baile final com Batekoo
Entre os momentos mais marcantes:
-
A performance de Seun Kuti com sua banda Egypt 80 trouxe toda a ancestralidade do afrobeat, combinando ritmo, mensagem política e festa.
-
Ronisia reuniu a mistura de groove afro-caribenho, soul e presença internacional, reforçando a interconexão negra entre continentes.
-
Yan Cloud conectou o Brasil com ritmos globais como afrobeats, amapiano, pagotrap e rap, mostrando a potência da nova cena urbana brasileira.
- Pyroman & DJ Gustah trazendo sons do mundo inteiro para o coraçáo de Salvador.
- Ítalo Melo & Nega trazendo R&B, pop, trap e sensualidade acalorando mais ainda a noite baiana.
- Batekoo comandando a festa e sendo LENDÁRIA do início ao fim.
Significado e impacto cultural
O Trace Fest Salvador enxerga a música como mais do que entretenimento. Ele se apresenta como plataforma de valorização das culturas afro-urbanas, mais especificamente das juventudes pretas e periféricas, e da diáspora africana. A escolha de Salvador — cidade com forte legado da cultura africana no Brasil — e de uma praça pública como palco, reafirma a visibilidade, a ocupação e a potência negra nos espaços de centralidade urbana.
Além disso, o festival integra a programação da Fórum Nosso Futuro – França/Brasil: Diálogos com a África, reforçando que o evento vai além do palco: conecta discursos, juventudes, territórios e atuação cultural dentro de um panorama global.
O que rolou para além do festival
-
As ruas se tomaram de música e dança: o público ocupou a Praça Maria Felipa desde o fim da tarde, com estilos, looks, atitude e dança.
-
A curadoria da Batekoo garantiu que cada troca de artista fosse fluida, com intervalos que já eram festa — sem que o clima caísse.
-
A proposta de acesso livre facilitou a presença de diferentes públicos: jovens de Salvador, de outras regiões, turistas, curiosos.
-
A diversidade internacional do line-up ajudou a conectar os públicos presentes a realidades além-mar, reforçando a noção de diáspora, troca e cultura global.
-
O evento reforçou o protagonismo das culturas negras e afro-urbanas no cenário musical brasileiro, bem como o papel de Salvador como palco e símbolo dessa expressão.









0 comentários