Audiovisual perde uma voz essencial: Joyce Prado morre aos 38 anos

por | dezembro 11, 2025

A cultura brasileira amanheceu mais triste nesta quinta-feira (11), com a confirmação da morte da cineasta, diretora e produtora Joyce Prado, aos 38 anos — uma das maiores referências do audiovisual negro contemporâneo no Brasil.

Paulista, formada em Rádio e TV, Joyce construiu uma carreira marcada por um olhar profundo sobre ancestralidade, identidade e narrativa afro-brasileira. Fundadora da Oxalá Produções, ela dirigiu obras que ganharam reconhecimento nacional e internacional, como o longa Chico Rei Entre Nós (2020), que revisita a trajetória de um rei congolês escravizado e sua luta por liberdade, e a série documental The Beat Diaspora, que traça conexões entre batidas africanas e a música global contemporânea.

Além de sua produção autoral, Joyce deixou um legado importante na música e no vídeo: colaborou com artistas como Luedji Luna e dirigiu videoclipes marcantes, entre eles Memórias de Um Corpo no Mundo e Terra Aféfé, com Margareth Menezes — que lamentou sua partida nas redes sociais destacando a sensibilidade criativa que ela imprimiu em seu trabalho.

Ela também foi uma das fundadoras da Associação de Profissionais do Audiovisual Negro (APAN), atuando na promoção de vozes negras dentro de uma indústria historicamente desigual.

Joyce Prado deixa um legado artístico e político que ecoa na produção cultural negra do país — um lembrete do poder transformador do cinema e da importância de contar histórias que refletem toda a diversidade do Brasil.

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