Início: Viola Davis nasceu na fazenda de sua avó em St. Matthews, na Carolina do Sul, nos Estados Unidos, no dia 11 de agosto de 1965. A leonina é a quinta filha de seis irmãs.
Com apenas dois meses de vida, ela se mudou com a família para Central Falls, em Rhode Island. Viola teve uma infância bastante difícil e pobre. As coisas, para ela, só começaram a melhorar quando, na escola, descobriu a paixão pelos palcos.
Ela estudou na Rhode Island College, onde formou em artes dramáticas. E ainda se graduou na tão falada escola nova-iorquina de música, dança e dramaturgia Juilliard School.
Carreira: A atriz se destacou em suas apresentações na Broadway, conquistando dois Tony Awards – a maior premiação do teatro americano. Graças ao ótimo desempenho, ela foi convidada para atuar no cinema. Sua primeira aparição na telona foi com uma enfermeira no filme “The substance of fire”, em 1996.
Depois da experiência no cinema, Viola se aventurou em projetos televisivos. Ela participou das séries “New York undercover”, “City of Angels”, “Third watch”, “Law & Order: Criminal Intent” e “CSI”.
Em 1998, ela foi convidada pelo diretor Steven Soderbergh para viver a personagem Moselle no filme “Irresistível paixão”, que tem no elenco o ator George Clooney e a cantora pop Jennifer Lopez.
A atuação de Viola agradou tanto a Soderbergh, que ele fez questão de voltar a trabalhar com ela nos longas “Traffic”, “Solaris” e “Syriana.
No filme “Onze Homens e um segredo”, também de Soderbergh, Viola fez uma pequena participação, emprestando sua voz num interrogatório ao personagem de Clooney.
Casada com o ator Julius Tennon, Viola participou ainda de produções como “Kate & Leopold”, “Longe do paraíso” e “As Torres Gêmeas”. Ela chamou a atenção de Hollywood com sua curta, porém irretocável participação como Senhora Miller no filme “Dúvida”, em que roubou a cena de outros grandes nomes do elenco, como Meryl Streep, Philip Seymour Hoffman e Amy Adams e, assim, conquistou sua primeira indicação ao Oscar pelo papel.
Nos anos seguintes, a atriz integrou o elenco de várias outras grandes produções cinematográficas, entre elas, “Noites de tormenta”, “Código de conduta”, “Encontro Explosivo” e “Comer, Rezar, Amar”. Projetos que, entretanto, não obtiveram sucesso junto à crítica especializada.
Em 2011, Viola trabalhou em dois longas indicados ao Oscar de Melhor Filme. Em “Tão forte e tão perto”, de Stephen Daldry, ela viveu a personagem Abby Black. Já em “Histórias Cruzadas”, interpretou Aibileen Clark.
Em 20 de setembro de 2015, Viola se tornou a primeira mulher negra do mundo a ganhar um Emmy, na categoria Melhor Atriz em Série de Drama, com a personagem em “How to get away with murder”.
Pela atuação em “Fences”, em que deu vida a Rose Maxson, ela recebeu o Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante. Com um Oscar, um Emmy e dois Tony Awards, respectivamente, os maiores prêmios do cinema, televisão e teatro americanos, Viola se tornou a primeira mulher negra a alcançar o que eles chamam de Tríplice Coroa da Atuação.
Na cerimônia do Emmy do ano passado, Viola mostrou que não é obrigada a nada. Adoro! Ela chegou à cerimônia de salto alto, mas, na hora de apresentar uma das categorias da premiação, ela subiu ao palco usando um tênis prateado lindo, mostrando que a mulher fica elegante de qualquer jeito.
Em recente entrevista à revista Vanity Fair, Viola fez um desabafo. Ela disse: “Sinto como se toda a minha vida fosse um protesto. Minha produtora é meu protesto. Eu não usando peruca no Oscar de 2012 foi meu protesto. É uma parte da minha voz, assim como me apresentar a você e dizer: ‘Olá, meu nome é Viola Davis’”.
Ainda sobre seu depoimento à revista, ela falou sobre sua infância difícil, chegando a revelar que, muitas vezes, ia pra escola com fome e sem tomar banho, porque nem sempre havia dinheiro pra água, sabão e café da manhã.
Ao The New York Times, Viola revelou que se arrependeu de seu papel em “Histórias Cruzadas”, em que foi indicada ao Oscar de melhor atriz em 2012.
No filme, que se passa nos Estados Unidos, no ano de 1963, em meio a um período forte de segregação racial e preconceito, ela viveu a empregada doméstica Aibileen. E sem medo de ser julgada, ela contou que já se arrependeu de alguns trabalhos e que “Histórias cruzadas” faz parte dessa lista.
Assista a Trace Bio de Viola Davis:
Fama: Viola, no entanto, destacou que o arrependimento não tem nada a ver com a experiência adquirida no trabalho nem com as pessoas envolvidas. E reforçou que vai levar as amizades, que formou durante as filmagens, pro resto de sua vida.
Ela criticou a narrativa do longa, alegando que investiram na ideia do que significa ser negro, mas atendendo ao público branco. E confessou que uma parte de si sente como se tivesse traído a si mesma e ao seu povo. Tá tudo bem, Viola, a gente te entende e tem muito orgulho de você.
No fim de abril de 2020, Viola mostrou que fecha com as pessoas certas, ao compartilhar uma publicação de Taís Araújo, no Twitter. Na postagem, a atriz brasileira declarava sua torcida pra doutora Thelma Assis, participante do Big Brother Brasil, com a famosa frase da pesquisadora Angela Davis: “Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela”.
E a movimentação na internet dessas duas mulheres negras incríveis deu certo: Thelma foi campeã do BBB 20!
Taís e Viola se conheceram em junho do ano passado, quando a americana recebeu a brasileira em sua casa. Em uma postagem com a foto do encontro, Viola escreveu: “Minha irmã brasileira veio nos visitar. Que conexão! Amo sua autenticidade e talento”.
Taís compartilhou a foto e não deixou por menos. Na postagem, disse: “Foi maravilhoso. Talvez um dos momentos mais importantes da minha vida. Ter esse tempo com vocês e conversar sobre a vida de mãe, atriz, produtora… foi demais”.
Além da carreira de atriz, Viola também desenvolve um trabalho lindo junto a ONGs que combatem a fome, motivada por sua experiência pessoal. Numa entrevista, ela chegou a confessar: “Crescer com fome foi minha maior fonte de vergonha. Afetou meu senso de valor. Simplesmente senti que não havia mais ninguém que tivesse esse problema”.
Para ela, as pessoas podem ajudar no combate à fome doando parte do seu tempo e dinheiro pra causa, mas que o principal é saber votar.
E essa foi a história de Viola Davis na Trace Bio. We are cultura afro-urbana!
Imagem da Capa: https://www.flickr.com/photos/gageskidmore/27983785894 © CC BY-SA 2.0
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