Pretinhas Leitoras estão à frente de projeto de incentivo à escrita em favelas do Rio

por | julho 3, 2021

Conhecimento é para ser compartilhado. Essa é a premissa das gêmeas Helena e Eduarda, do canal Pretinhas Leitoras que, em parceria com o Instituto Entre o Céu e a Favela, criaram o projeto “Fa vê-las”, que tem como objetivo de promover a escrita das crianças nas favelas do Rio de Janeiro, com atividades inteiramente gratuitas.

Nesta primeira temporada, de janeiro a agosto, foram contempladas cinco comunidades do Rio de Janeiro: Cesarão, na Zona Oeste; Complexo do Chapadão e Morro do Alemão, na Zona Norte; Rocinha, na Zona Sul; e Providência, no Centro. Cada localidade terá 20 crianças atendidas, e o objetivo final do projeto é produzir um livro, com o conteúdo desenvolvido por elas.

O projeto passou a ter atividades online, por causa da pandemia

Inicialmente, o a iniciativa seria 100% presencial, com contação de histórias e encontro com autores, além da roda para a produção de conteúdo para o livro. Com a pandemia, no entanto, houve uma adaptação para que o projeto, que deveria ter começado em 2020, não sofresse novo adiamento.

A dinâmica do projeto usou de recursos digitais para chegar até as crianças. Foram produzidos vídeos com contadores de histórias e autores de livros, enviados por WhatsApp para os participantes, de cada comunidade atendida. Além disso, cada participante recebeu um kit com um diário de leitura, lápis de cor, caneta e uma bolsa.

Cada comunidade conta com uma sala para a realização da escrita coletiva

“Nosso desejo é possibilitar para crianças periféricas contatos com livros, que contêm histórias em que elas possam se reconhecer e, assim, estimular que escrevam sobre suas próprias realidades. Com isso, além de oferecer protagonismo, tentamos de algum forma reconstruir a autoestima e a coragem de cada uma delas, que foram massacradas pelas falta de políticas públicas e por uma educação sem qualidade para crianças de favelas”, afirma a diretora do Instituto Entre o Céu e a Favela, Cintia Santana.

O encontro para a realização da escrita coletiva é feito em espaços, alugados em cada comunidade, com equipe reduzida. Neles, os participantes assistem às orientações da equipe pedagógica do “Fa vê-las” e das gêmeas Ferreira, por meio de um computador, conectado a uma sala de reunião virtual, prática muito comum nesse momento de isolamento social.

O livro terá uma tiragem será de 3 mil exemplares, dos quais 1,5 mil serão distribuídos gratuitamente entre escolas, bibliotecas públicas e projetos com foco em favelas e periferias. O restante será vendido na campanha Em Mãos, que visa a sustentabilidade e continuidade do trabalho.

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