Ao longo de seus 24 anos, o Forumdoc.bh contribuiu para a formação de público interessado em cinema documentário e etnográfico, com o maior número de edições realizadas no estado de Minas Gerais e um dos mais longevos eventos voltados ao documentário no país. Nesta 25ª edição, que será promovida entre 18 de novembro a 2 de dezembro em plataforma online e presencialmente no Cine Humberto Mauro e no Espaço Mari’Stella Tristão do Palácio das Artes, em Belo Horizonte, serão exibidos 46 filmes em três mostras inéditas.
O evento contará com a mostras “Desaparecimento e reaparecimento das imagens e dos povos: 35 anos de vídeo nas aldeias e 25 anos de Forumdoc.bh”, a “Retrospectiva Karrabing Film Collective”, exibida pela primeira vez na América Latina, e a “Comunidades de cuidado: fabulações, enfrentamentos e éticas de cura”. Haverá, ainda, outras 13 atividades, incluindo uma masterclass internacional com a antropóloga Elizabeth Povinelli, dos Estados Unidos, conferência com a multiartista brasileira Castiel Vitorino, uma manifestação online contra o desaparecimento dos povos indígenas isolados de seus territórios, além de mesas temáticas, debates e uma video-instalação com curadoria de Vincent Carelli.
“O Forumdoc.bh completa 25 edições consecutivas, o que é um desafio e um marco nada fácil de ser atingido. Ao longo da jornada, contou com participação de muitas pessoas tanto da exibição e difusão de cinema especificamente documentário no Brasil e também pelo Fórum de debates e encontro de saberes que é o que singulariza o Festival. O que atravessa o tema e a programação deste ano é a ideia de arquivo não só como possibilidade de resgate em diferentes formatos, mas também o arquivo entendido como construção coletiva de memória e de história, corpo, sonho, afirmação e resistência”, afirma Carla Italiano, uma das curadoras do evento.
Produzido pela Associação Filmes de Quintal, o Forumdoc.bh põe em destaque um cinema documentário interessado na inclusão de novos protagonismos da autoria cinematográfica, que nos últimos anos tem apresentado uma produção potente para renovação do documental como forma expressiva de coletivos e segmentos sociais e étnico-raciais marginalizados, tais como: realizadores e realizadoras indígenas, cinemas negros, cinemas queer e coletivos, autores e autoras de regiões de periferia. A mostra é igualmente reconhecida por apresentar filmes que renovam a linguagem do cinema, com destaque para o espaço interdisciplinar oferecido aos debates públicos e gratuitos, à crítica cinematográfica e também às produções teóricas que diferenciam o Forumdoc.bh dos demais eventos na área, constituindo-se em um espaço formativo essencial.
“Nessa edição, fiz a curadoria junto com Paulo Maia, da ‘Retrospectiva Karrabing Film Collective’. É uma retrospectiva, a primeira e maior já realizada no Brasil, com oito dos principais filmes do Coletivo de Cinema Karrabing, formado por indígenas australianos do território do norte da Austrália e pela antropóloga estadunidense Elizabeth Povinelli. Criado em 2007, o coletivo é uma resposta a uma série de atos bastante violentos do governo australiano contra os povos indígenas do território do norte. Tem sido destaque na produção deles uma linguagem vanguardista e experimental no uso das imagens que, em grande maioria, são produzidas com Iphones e com grande liberdade na linguagem e nas abordagens das histórias que confundem as camadas do tempo dos ancestrais e o tempo dos sonhos, muito importante entre os povos aborígenes, e as questões da atualidade como a crise climática e as condições de vida no planeta. Tudo isso em uma linguagem muito inovadora e impactante para os espectadores”, conta o curador Roberto Romero.
As atividades do evento são gratuitas e contemplam um público que abrange todas as faixas etárias. A curadoria é assinada por pesquisadores e integrantes do coletivo Filmes de Quintal. Mais informações: www.forumdoc.org.br.
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