A advogada e ativista Ligia Batista assumiu essa semana o Instituto Marielle Franco, a organização sem fins lucrativos criada pela família da socióloga e política assassinada em 2018. Lígia entra no lugar de Anielle Franco, que agora exerce o cargo de ministra da Igualdade Racial.

Batista tem 29 anos, é formada em Direito pela Universidade Federal Fluminense e mestranda em Políticas Públicas e Direitos Humanos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde desenvolve uma dissertação voltada para os desafios e oportunidades à representação política de mulheres negras no Brasil.

 Em 2017, foi escolhida como uma das 13 fellows da Década Internacional Afrodescendente das Nações Unidas (2015-2024), ficando em intercâmbio em Genebra, na Suíça, onde aprendeu sobre os sistemas, instrumentos e mecanismos da ONU para defesa e promoção de direitos das populações negras ao redor do mundo. No ano seguinte, foi nomeada para uma lista global como uma das 100 pessoas negras mais influentes do mundo abaixo dos 40 anos.

“O trabalho da Marielle era muito estratégico e alinhado ao que eu desenvolvia dentro da Anistia Internacional. A partir daí, ela se tornou um referencial político e profissional pra mim, além de uma articuladora importante de agendas com as quais trabalhei cotidianamente. Depois do seu assassinato, a Anistia Internacional foi uma das principais organizações que articularam uma agenda de documentação, denúncia e acompanhamento do caso.  Eu fui uma das pessoas que construiu a campanha de justiça por Marielle e Anderson, acompanhando os desdobramentos das investigações, cobrando celeridade e imparcialidade nas respostas das autoridades e levando o caso a foros nacionais e internacionais de defesa de direitos humanos”, explica.