Em uma tarde quente, Agnes Nunes nos recebeu junto a sua empresária, Maria Morais, no lobby de um hotel, em São Paulo. Com a elegância e delicadeza características, a cantora nascida na Bahia, mas criada na Paraíba, respondeu às perguntas, riu e cantarolou canções de novos artistas que tem ouvido.

Agnes lançou recentemente o single ‘Terezinha’, inspirado em sua avó e na saudade que bate no peito de todo mundo que precisa ir para longe.  “É uma música muito especial. Eu escrevi num momento de muita saudade de casa, sabe? Esse momento em que a gente sai de casa para ir atrás de um sonho, deixando pai, mãe, vó. Imaginei que muitos artistas passam por esse processo. Minha vó tem uma influência muito forte na minha vida, até no meu jeito de ser”, conta.

Quem acompanha a música brasileira contemporânea pode ter a impressão de já ter ouvido falar na artista de voz suave e sotaque paraibano charmoso há muito mais tempo do que os quatro anos de carreira que ela possui. Suas composições também trazem uma maturidade peculiar, nem sempre vista em novos nomes da música. Talvez seja pelo grau de emoção que Nunes joga em versos e melodias, como ela mesma descreve: “Gosto de colocar meus sentimentos para fora em cada acorde, cada nota. Tudo tem um significado. Se eu estou feliz, eu escrevo algo feliz, se estou mais melancólica, tento traduzir na canção”, explica pensativa enquanto enfileira algumas de suas influências. “Eu flerto com a nova MPB, jazz, soul e de nome eu sou muito inspirada na Elza Soares, Beyoncé, Erykah Badu, Rihanna…, mas não sei definir minha música em um estilo e nem quero.”

A liberdade criativa do artista é tudo que o artista tem, se tira isso, tira tudo (Agnes Nunes)

Foto: Caique Rudá

Quando a conversa chega em seus pares contemporâneos da cena musical, o conhecimento da intérprete salta aos ouvidos, citando nomes como Julia Mestre, Bala Desejo e Ivyson, inclusive oferecendo brevemente a voz à canção mais conhecida do artista pernambucano, “Girassol”, um privilégio no meio do barulho do centro de São Paulo.

Agnes chegou à capital paulista para morar, pensando nas possibilidades futuras na carreira. Os horizontes dela são promissores. Ela já cantou com Seu Jorge, Elza Soares, Tiago Iorc e Sandy. E mesmo com seu jeito tímido de falar, a intérprete sonha alto. “Daqui a cinco anos, uma das maiores realizações profissionais será ter conquistado o Grammy, ter muitos CDs, muitos fãs, espalhar arte para que as pessoas sejam quem elas quiserem ser e ter pessoas que acreditem nelas”, diz a menina mulher que já transita entre os grandes.

Fotos: Caique Rudá

Recentemente, a artista subiu ao Palco Sunset do Rock in Rio e se apresentou para uma multidão  ao lado de Elba Ramalho, Gaby Amarantos, Caio Prado, Larissa Luz, Majur e Mart’nália em homenagem à diva Elza Soares. No ano passado, foi uma das cantoras convidadas para participar da homenagem à Rita Lee feita pelo GRAMMY Latino. Todos estão de olho nela e ela demonstra ciência e respeito sobre as próprias conquistas.

Acreditamos em artistas novos. Agnes é uma pesquisadora de novos artistas, fica de olho, ajuda a crescer a Baguá. Funciona muito em família, então a gente vem passando isso para os artistas, ninguém entra na Baguá sem a gente discutir sobre o assunto. A Agnes tem uma relação incrível com todo mundo, ela é uma madrinha

No dia 16 de março, Agnes Nunes desembarca em Barcelona para o primeiro show da turnê europeia. Segura e confiante, a aura luminosa ao redor  da artista e o talento prometem conquistar ainda mais.