“Corpos Invisíveis”: documentário retrata vivências de mulheres negras com sensibilidade e difunde debate sobre apagamento social

por | outubro 11, 2023

O que é ser mulher negra no Brasil? A partir das percepções sobre o amor, o afeto e os atravessamentos raciais, onze mulheres de diferentes origens e histórias, expõem suas experiências de vida e como suas corporeidades são afetadas pelo mundo. “Corpos Invisíveis” (2023), roteirizado e dirigido pela cineasta Quézia Lopes, é um longa-metragem que nos convida a refletir sobre o tornar-se mulher negra na sociedade brasileira contemporânea, por meio da abordagem de vivências que atravessam questões de gênero, raça, classe e território. “Esse trabalho começa nas minhas próprias vivências. Existe uma sub-representação das pessoas negras no audiovisual e eu quis preencher essa lacuna visitando as narrativas de
mulheres negras como eu, compartilhando vivências que não são individuais. Acredito que para vislumbrarmos o futuro, temos que olhar para o nosso passado, para nossas dores e alegrias, para quem veio antes de nós. Temos que valorizar que somos fruto e parte de uma luta que antecede a nossa existência e nos unir pode ser o caminho para nossa cura”, afirma Lopes.

Mesclando performances artísticas com a narrativa desenvolvida pelas entrevistadas, o longa, de 76 minutos de duração, foi produzido em 2019 e, desde então, já se tornou mostra fotográfica e conteúdo educativo, por meio de cortes para exibição. Depois da adaptação do filme em uma mostra realizada em 2021 na Lona Cultural de Guadalupe, na Zona Norte carioca, o
documentário chega ao grande público em exibições no Rio de Janeiro, Salvador e Los Angeles.

De caráter provocativo, Corpos Invisíveis expõe a diversidade e semelhanças entre os processos vividos pelas mulheres negras. Com talentos negros presentes desde a produção, passando por toda a equipe, o documentário cria um espaço seguro de compartilhamento de afetos não só de quem o realiza, mas também para quem o assiste. Dessa forma, uma das propostas da direção, é promover debates logo após a exibição do filme, aproximando ainda mais o público e
enfatizando a importância do debate acerca da equidade racial e de gênero para o desenvolvimento de um país melhor e mais justo.

Sinopse:
O documentário Corpos Invisíveis (2023) aborda o apagamento social dos corpos negros femininos a partir da experiência pessoal e artística de onze mulheres negras, que debatem identidade, memória coletiva, ancestralidade, afetividades e maternidade. A partir de entrevistas e performances, afirmam-se como corpos políticos que visibilizam suas muitas formas de ser, existir e resistir, ao passo que respondem à pergunta: o que é ser mulher negra no Brasil?

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