“Alma Preta”, estreia literária de escritora de Uberlândia, une poesia, resistência e autoconhecimento

por | novembro 17, 2025

“Alma Preta” é o primeiro livro da escritora mineira Tathiane de Lima Silva, publicado com incentivo do Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Uberlândia (PMIC) pela editora Sabiá Livros. Com prefácio do escritor Bruno Inácio, a obra convida o leitor a uma jornada poética por temas como identidade, ancestralidade, amor e os atravessamentos da vida.

Dividido em três partes — CaminhosAutorretrato e Amores —, o livro apresenta uma poesia que é, ao mesmo tempo, denúncia e celebração. Os versos exploram a busca pela liberdade, o autocuidado, as dores do racismo e a beleza cotidiana. “Escrevo sobre o que me atravessa no dia a dia. Dores e amores. Espinhos e flores”, diz a autora. Essa autenticidade aparece em poemas como Caminhos, que questiona:

“Qual caminho seguir? / O caminho que me faz expandir / E fluir / E seguir / Pra dentro de mim.”

O processo criativo do livro se deu de forma orgânica, atravessando diferentes fases da vida da poeta. Tathiane revela que os poemas foram escritos em momentos distintos, com um período de produção mais intensa durante a pandemia de Covid-19, ao longo de cerca de dois anos.

“Iniciou como desabafo de uma menina preta tímida, que sofria episódios de racismo na escola. Ele se tornou um grito potente de resistência”, reflete.

No prefácio, Bruno Inácio — professor do curso de escrita literária onde Tathiane deu os primeiros passos para a publicação — destaca a potência da obra: “Tathiane faz versos com leveza e profundidade, rebeldia e afeto, silêncio e imensidão.Alma Pretaé um livro que transborda, faz laços, dança e propõe um respiro diante das turbulências da vida moderna.”

A autora não ignora as dificuldades, mas reivindica a contemplação e a liberdade como formas de enfrentá-las. Entre as principais mensagens da obra, Tathiane ressalta a importância de acreditar e buscar, mesmo quando os sonhos parecem distantes.

“Nele me despi de forma genuína e intencional, sem máscaras, e assim pude ressignificar algumas dores, transformando-as em forças e impulsionadores”, afirma.

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