O fim da novela “Pantanal” é o início de um novo Lucas Leto. Na pele de Marcelo, filho do vilão Tenório, seu primeiro papel maduro na TV depois do adolescente Waguinho de “Bom Sucesso”, o personagem na trama das 21h é o resultado de dez anos de estudos e trabalhos do baiano de Salvador, que tomou gosto pelas artes graças à avó. Já o empenho e a dedicação para interpretar o bom moço apaixonado por Guta devem vir mesmo do signo de Capricórnio: ele aprendeu a montar cavalo, estudou Zootecnia e se jogou no Pantanal por um mês e meio. O resultado foi reconhecimento e novas oportunidades para o ator de 23 anos. Em paralelo, Lucas Leto está na comédia “Vizinhos”, ao lado de Leandro Hassum, disponível na Netflix e em 2023 poderá ser visto também no filme musical “Um ano inesquecível – Outono”, produção da Amazon Prime com direção de Lázaro Ramos.

Trabalhar com Lázaro, aliás, é um verdadeiro presente para Leto, que o tem como referência desde os tempos em que integrava o Bando de Teatro Olodum, grupo que fez o sucesso “Ó paí ó”. “Esse filme era um dos meus favoritos, vivia repetindo todas as falas em casa”, revela Lucas. Mas não foi tarefa fácil entrar para o Bando de Teatro Olodum. O ator inscreveu-se numa audição para a oficina do grupo, disputou com 300 artistas e ficou entre os 20 selecionados. Depois da oficina, ficou cinco anos com o grupo, com o qual viajou pelo Brasil com espetáculos premiados e teatros lotados.

Ainda em Salvador, Lucas Leto começou a pegar mais intimidade com a câmera, foi protagonista de uma série para a TV Cultura e criou um canal no YouTube com os amigos porque sentia vontade de dirigir seus próprios projetos. “Aí entrei de vez no mundo do audiovisual. Graças ao canal, fui convidado a fazer um personagem youtuber dentro de um projeto da Turma da Mônica e tive de me mudar para São Paulo”, lembra o ator que, na época, fez seu primeiro teste para a TV. Em seguida, foi para o Rio de Janeiro para fazer o musical “Dona Ivone Lara” e, no fim da temporada, recebeu o resultado do teste: havia ganhado o papel de Waguinho na novela “Bom Sucesso”. A novela terminou em 2020, pouco antes da pandemia. E as oportunidades de trabalho sumiram.

No ano seguinte, com a volta de gravações, a carreira ganhou novo impulso com a gravação de “Vizinhos” e, claro, o convite para fazer um teste para o atual sucesso das 21h. “Gravei a selftape com sangue nos olhos e com a certeza de que eu queria fazer um grande trabalho. Minha mãe não sabia do teste, mas sonhou que eu receberia uma boa notícia e não deu outra! Fui aprovado para a novela e, ao mesmo tempo, aprovado para ser protagonista do filme musical de Lázaro. Nesse filme eu canto, danço e atuo, tudo o que eu aprendi no Bando de Teatro Olodum, e ainda fui dirigido por Lázaro, que eu sempre admirei. Já vi algumas cenas do filme e estou ansioso para todo mundo assistir. É uma das melhores coisas que eu já ousei fazer”, empolga-se Leto.

Enquanto descansa, mas de olho em novos trabalhos, colhe os frutos do sucesso de Marcelo já com saudade da novela, das rodas de viola com os colegas de elenco, e feliz com tudo de novo que aprendeu, desde a montar cavalo, pilotar barco até o posicionamento das câmeras num estúdio grande. “De ‘Pantanal’, trago as amizades que fiz e até o hábito de conversar com os bichos. Lá, eu conversava com os cavalos. Até com os jacarés eu trocava uma ideia! A conexão com o animal é uma coisa que eu não quero perder”, finaliza o ator.

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