Bloco Oficina Tambolelê celebra 25 anos de história com disco e show em BH

por | novembro 12, 2024

Em 1995, no marco de 300 anos da morte de Zumbi dos Palmares, artistas inquietos de Belo Horizonte perceberam que a arte afro-brasileira tinha representantes pelo Brasil, mas ainda poucos em Belo Horizonte. O Grupo Tambolelê, formado por Sérgio Pererê, Santone Lobato e Geovanne Sassá, surgiu para se apresentar no Festival de Arte Negra (FAN) daquele ano, como expoente da música afro-mineira. Mais de duas décadas depois, o Bloco Oficina Tambolelê, um desdobramento desse movimento pioneiro, é uma das principais expressões da música afro de Minas Gerais, cada vez mais viva.

Para celebrar os 25 anos do Tambolelê, o Bloco apresenta o show de lançamento do álbum “Sérgio Pererê e Bloco Oficina Tambolelê Ao vivo”, idealizado pelo multiartista e um dos criadores do grupo, Sérgio Pererê, e viabilizado pela Lei Municipal de Incentivo à Cultura de Belo Horizonte. A apresentação acontece no Teatro Raul Belém Machado, no dia 23/11 (sábado), a partir das 20h, marcada pelos ritmos originais da cultura afro desenvolvidos pelo grupo ao longo dos anos, junto a guitarras, teclados e sintetizadores. A entrada é gratuita, mediante a retirada antecipada de ingressos no Sympla.

O Bloco Oficina Tambolelê é resultado da agitação cultural promovida por Sérgio Pererê e sua irmã, Luci Pereira, desde a adolescência, como alternativa artística para o bairro Novo Glória, um lugar na região Noroeste de Belo Horizonte carente em políticas públicas. Ainda no início dos anos 1990, eles criaram o Grupo Africania para introduzir crianças do bairro aos ritmos e danças afro-brasileiras. Depois, em 1999, com a repercussão do Grupo Tambolelê, passaram a ensinar a tradição dos tambores para a juventude do bairro, sendo convidados para a primeira retomada do Carnaval de BH, no ano 2000.

“O Bloco Oficina Tambolelê vem do mesmo sonho (do Grupo Africania) de pensar a arte de modo coletivo, de ter a arte enquanto instrumento de educação. O impacto que o bloco traz para o bairro Novo Glória é o de inverter a polaridade do olhar da sociedade sobre um bairro da periferia. O destaque do bairro passa a ser a arte e a criatividade — e não a pobreza ou a violência”, diz Pererê. “Eu nasci e cresci no Novo Glória. É uma região que não tinha nada, não tinha água, não tinha luz. Essa ausência de tudo motivava a gente a ser mais coletivo, a se ajudar e a se unir. O Tambolelê nasce nesse contexto de criar cultura em um lugar que construiu tudo o que tem a partir do nada”, diz Luci, coordenadora do Bloco Oficina Tambolelê.

0 comentários


– ÚLTIMOS VIDEOS –


– ÚLTIMAS NOTÍCIAS –