Com equipe 100% preta, espetáculo ‘OCEE – Omolu | A Cura’ estreia no Rio

por | agosto 1, 2022

A única apresentação, da 3ª edição do espetáculo “OCEE – Orixá, Cultura, Evolução e Essência | Omolu – A Cura” faz o convite à reflexão sobre o atual momento de vida brasileiro e mesmo, mundial. Em tempos de mudanças e intolerância religiosa, a sociedade contemporânea está doente e encontra na espiritualidade um dos caminhos para o conforto. O espetáculo produzido pela Sanuto Produções com direção e roteiro de Hudson Batista, foi contemplado no Edital de Chamada Emergencial nº 06/2021: “Povos Tradicionais Presente”. A apresentação será no Centro Coreográfico do Rio de Janeiro, na Tijuca, dia 14 de agosto, às 18h30.

Com uma equipe predominantemente preta e periférica , o espetáculo  traz a  dança afro, musicalidade e outros elementos teatrais que constroem o enredo da trama. Em cena, o ator Fábio França representa o Andarilho e a atriz Lucia Sanuto, a mãe de santo. Os dançarinos, Canela Monteiro (Omolu), Flavinny Oliveira (Nanã) e Priscila Lúcia (Yemanjá) darão vida aos Orixás que perpassam toda a história trazendo o acalento.

O espetáculo

A narrativa transmite através da história do Andarilho, o personagem central da trama, a esperança de que tudo tem o seu tempo para acontecer. Todo o desenrolar do espetáculo perpassa pela caminhada dele que é encenado por Fábio França. O ator usará vestes predominantemente brancas sobre um corpo marcado por cicatrizes. Ele interage e dialoga todo o tempo com os demais personagens e também consigo próprio, em breves monólogos com tom de desabafo.

 Na história, Andarilho, é um homem que desacreditou da vida, ao passar por perdas familiares e afetivas, encontrando-se sozinho a peregrinar pelo mundo. Quando criança, por misericórdia, sua cabeça foi entregue à Omolu para livrá-lo de uma grave doença, mas apesar disso, tornou-se um homem sem fé. O espetáculo começa com caminhos e encruzilhadas, que são os locais por onde ele passa, desacreditado, sofrido, a ponto de achar que nem a morte o quer!

Em determinado dia, durante suas andanças, a sua ancestralidade (OMOLU) se personifica em sua frente e o faz entender que muitas vezes o que nos mantém de pé, enquanto sujeitos, são as forças vitais, ancestrais a que desconhecemos.

No rastro da história do espetáculo OCEE

Contra o preconceito de todos os âmbitos e sobretudo religioso, a produtora cultural Emanuele Sanuto, 36 anos, traz o tema para discussão através da cultura, por meio de exposições, espetáculos teatrais, o canto e dança. Na primeira edição em 2017 foi proposto o reconhecimento, valorização e fortalecimento da identidade da população negra através das danças e vestes dos orixás. Já no evento seguinte, abordou as forças da natureza para desmistificar as crenças sobre o candomblé e seus rituais com os elementos ar, terra, fogo, folha e água. Finalmente, pós-pandemia, esta que é a terceira edição; a deste ano, traz um espetáculo provocativo à reflexão e um convite para ressignificação dos sentimentos.

“Lutar contra o preconceito é dever da sociedade civil, sejamos pretos ou brancos. Os trabalhos desenvolvidos pela Sanuto Produções têm cunho social e de militância contra o preconceito. Por isso, faço um convite: no dia do espetáculo venham de branco, seja de qualquer crença ou religião. Junte-se a nós!”, conclama, Sanuto. Coincidência ou não, a data da estreia acabou ficando coladinha com o dia de comemoração de Omulu, divindade ligada à cura, que é 16 de agosto!

Serviço:
Espetáculo OCEE – Orixá, Cultura, Evolução e Essência | Omolu – A Cura
Única apresentação: 14 de agosto às 18h e 30 min
Local: Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro
Endereço: Rua José Higino, 115 – Tijuca
Ingresso: https://tinyurl.com/ESPETACULO-OCCE
Duração: 75 minutos
Gênero: TodesClassificação: 12 anos

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