Com o objetivo de valorizar novos artistas negros(as) e indígenas, primeira edição da AFRO-ART chega a Salvador

por | janeiro 8, 2025

Fazer arte vai muito além da estética e da beleza de pinturas e esculturas. Fazer arte é expressar vivências, mostrar valores, reforçar elementos culturais e, sobretudo, destacar identidades. Ela pode ser uma defesa de pautas sociais relevantes, da ancestralidade que corre pelas veias de um povo.

 

A arte assim ganha um sentido social enquanto uma forma de externalizar anseios que há muito foram negligenciados. A nova geração de artistas negros(as) e indígenas brasileiros tem isso em mente, com obras que valorizam identidades e raízes culturais, além de trazer luz a relevantes temas como racismo, ambientalismo e luta por direitos territoriais. Contudo, apesar da importância, esse movimento ainda encontra barreiras: o mercado das artes, em especial nos meios tradicionais, apresenta um saliente racismo institucional, resultando em menos oportunidades a esses artistas em galerias, fator que mantém a discrepância na representatividade desses espaços.

 

Assim, pensar em alternativas que tornem possível criar novos espaços de exposição e aumentem a visibilidade desses artistas ganha cada vez mais relevância, principalmente como um resgate cultural e o olhar anti colonial. Esse é, por exemplo, o objetivo da AFRO-ART – Feira de Arte Afro-Indígena: reconhecer e valorizar o trabalho desenvolvido por artistas negros(as) e indigenas, promovendo um novo espaço expositivo que democratize tanto o acesso as artes, como a própria arte em si.

 

Realizada pela AfrontArt – Quilombo Digital de Arte, a primeira edição do evento acontece entre os dias 13 e 26 de janeiro, das 10h às 19h, na Cardume Artes Visuais – Rua do Bispo, 35, Pelourinho.  Com entrada gratuita, a feira estimula o público a conhecer artistas contemporâneos da nova geração, a exemplo de Rafaela Kennedy, Emerson Rocha e Bernardo Conceição, que têm se destacado no cenário nacional e terão obras expostas e comercializadas no local.

 

Contribuindo para a comunidade tanto sob uma perspectiva sócio cultural quanto econômica, a AFRO-ART tem idealização e curadoria de Luana Kayodê, CEO da empresa, e Raína Biriba, co-fundadora e diretora executiva. “Quando tratamos de grandes galerias, menos de 4% dos artistas com obras expostas são negros; se falarmos de indígenas, os números são menores ainda. Nos meios tradicionais, há um racismo institucional muito presente. Então, nosso objetivo é oferecer um espaço para que esses artistas, jovens potências brasileiras, possam mostrar seu trabalho, agregando valor simbólico e comercial às suas obras. Queremos criar um espaço que democratize a arte, que exponha o trabalho de artistas com muito potencial  e que tragam um novo olhar para as artes”, explica Luana Kayodê.

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