Começou ontem em Recife, Pernambuco, o Festival Coquetel Molotov, evento que mistura shows e pitching de negócios envolvendo todos os aspectos da indústria musical. A curadoria diversa do festival Coquetel Molotov é um dos fatores que mais chama atenção. Tanto nas mesas de debates quanto nas apresentações musicais, a presença de pessoas negras e LGBTQIA+ é notável e, sem dúvidas, um dos pontos mais fortes do festival.

O Coquetel Molotov Negócios, que acontece nos dias anteriores ao festival, é focado na cena musical e abraça desde a cena pernambucana até artistas já mais conhecidos no país. Em sua quinta edição, organizada no Pátio de São Pedro e em casas históricas que o cercam, a programação de 3 dias começou pela manhã com os pitchings, onde sessenta artistas nordestinos têm a oportunidade de mostrar seu trabalho para produtores, jornalistas, curadores, representantes de selos e profissionais da indústria fonográfica brasileira.

Debate acontecendo na Mesa 1 (Foto: Caique Rudá)

Na parte da tarde, se iniciam as mesas de debate e oficinas do evento. A primeira mesa do primeiro dia trouxe o tema “Futuro da Música: Panoramas, desafios e pitacos sobre a indústria fonográfica” e contou com a presença de Verônica Pessoa (Altafonte), Chico Dub (Novas Frequências), Lu Adão (Oi Futuro) e Benke Ferraz (Boogarins), que debateram questões como a versatilidade nas possibilidades de se trabalhar com música, que podem ir de pesquisa até trilha sonora de cinema.

Depois, a empresária Dani Rodrigues (Foco Na Missão), manager da carreira do rapper Rashid, apresentou uma oficina para orientar artistas e agentes do mercado musical na oficina “Quantos boletos um cachê paga?”, dando dicas preciosas para quem quer começar na carreira da música, ressaltando a importância de uma equipe que esteja pronta para trabalhar junto e que acredite no artista.

A mesa “A mãe tá on” discutiu sobre maternidade na produção cultural e contou com a presença das artistas Isaar e Isis Broken, que se juntaram a Allana Marques (Golarrolê), Claudia Assef (WME) e UANA para compartilhar experiências do tão cobrado socialmente equilíbrio do trabalho com as demandas de ser mãe.

Dani Rodrigues, CEO da Foco na Missão ( Foto: Caique Rudá)

Para finalizar as conversas do dia, Nega do Babado, Rayssa Dias, Eliza Mell e Jurema Fox se reuniram na importante mesa “Entre babados e gogós afiados – O Brega pernambucano por elas”, que com intercalando momentos divertidos e um papo muito sério, debateu a forte cena do brega em Pernambuco.

Na parte da noite, para encerrar o primeiro dia do Coquetel Molotov Negócios, artistas selecionados pelos pitchings de outros anos e convidados se apresentaram numa noite bem especial. Para abrir os trabalhos, o multiartista Fykyá Pankararu fez uma performance marcante, ressaltando a importância da intersecção quando se fala de diversidade, sendo ele indígena e membro da comunidade LGBTQIA+. Em seguida, o duo pernambucano Babi Jaques e Lasserre animou a plateia com um show animado e repleto de luzes, contando até com uma competição de dança valendo uma garrafinha de cachaça. Para fechar a noite, a cantora baiana Duquesa animou o público que sabia todas as letras do setlist. Ela desceu pra grade, pediu uma rodinha na plateia e depois da apresentação ainda tirou foto com os fãs que formaram uma fila para abraçá-la.

O Coquetel Molotov Negócios acontece até amanhã, dia 20, no Pátio de São Pedro, em Recife. No sábado, 21, o Festival Coquetel Molotov sacode as estruturas da UFPE, contando com nomes como Luedji Luna, Tuyo, FBC e Àttooxxá. Você pode ter mais informações no perfil do evento no Instragram e não deixe de conferir a cobertura que também estamos fazendo no nosso perfil.

Duquesa (Foto? Caique Rudá)