João Ricardo Azevedo Colaço, conhecido como Plutónio, é a força atual mais proeminente do rap português. O artista nascido e criado no bairro da Cruz Vermelha, periferia de Lisboa, tem ascendência moçambicana e usa o rap para falar ao coração da população que se identifica com suas vivências, não só em Portugal, mas também em Moçambique e Angola, onde sua voz tem chegado com força.
A terceira edição do REP Festival acontece nos dias 11 e 10 de fevereiro em Guaratiba, na Zona Oeste da capital fluminense e Plutónio será uma das atrações de peso em meio a elite do gênero no Brasil. Ele estará ao lado de Djonga, Orochi, Racionais e Emicida. Estar ao lado de tantas feras brasileiras só estreita os laços que ele já mantém com o hip-hop feito no país. O português já ouve pedradas do nível de MV Bill, Gabriel O Pensador, Marcelo D2, GOG e Racionais MCs.
Consciente da penetração mais incisiva da música brasileira em Portugal do que o contrário, o rapper tem uma visão interessante sobre o fenômeno. “Eu acho que um dos motivos para música brasileira sempre ter tido uma grande expressão em Portugal, além de ser música boa e com qualidade, é que culturalmente o Brasil exportou muito com as novelas, com os filmes. Em todas as casas portuguesas tem novelas da Globo e as rádios sempre tiveram abertas a passar música brasileira. Sempre houve essa abertura. O Artista preferido da minha mãe é Roberto Carlos”, conta Plutónio.
Com sua participação no Rep Festival, o músico acredita que pode ser mais ouvido no Brasil. Ele usa como exemplo a demora que levou para que os estadunidenses penetrarem na Inglaterra e vice-versa. “Eu atingi a maioria dos objetivos dentro do mercado musical português e isso ajuda, se não for por mim, para abrir as portas para os que virão”.
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