Clayton Nascimento, ator de 33 anos, venceu o prêmio de Melhor Ator na 33ª edição do Prêmio Shell de Teatro. O troféu premia uma carreira de superação do jovem ator negro, nordestino e criado na periferia de São Paulo. “Que esse prêmio chegue à casa de cada preto pobre da periferia e ele veja que é possível sonhar”, afirmou o ator já com o troféu em mãos

O prêmio Shell foi entregue em 21 de março ,  Dia Internacional contra a Discriminação Racial. Clayton Nascimento é apenas o terceiro ator negro a receber um dos prêmios mais almejados do teatro. “Hoje eu gostaria de dizer que a pessoa sonhe. Não tenha medo do tempo, não tenha medo do não, não tenha medo de fazer sozinha, não tenha medo de sonhar”, comemorou o ator que também escreveu e dirigiu o espetáculo.

 “Sinto que meus pais estariam orgulhosos se estivessem aqui. Valeu a pena tantos anos de estudos. Me sinto honrado de receber um prêmio desse calibre, ao lado de nomes consagrados como Odilon Wagner, Zé Carlos Machado, Luiz Lobianco, Rodrigo Pandolfo e Paulo Marcello” – Clayton Nascimento

Clayton junto a Marisa Orth

O intérprete, diretor e dramaturgo é uma estrela ascendente no cenário cultural pela sua capacidade multitarefas. Ele ainda é professor e atua como preparador de elenco em produções de sucesso como “A5 FIVE” e” Rota 66″ e já está escalado como ator da próxima novela da Globo. 

E foi nos quartos do CRUSP (alojamentos da Universidade de São Paulo) que ele começou a alinhavar a dramaturgia do espetáculo “Macacos” que já rendeu um livro, que é sucesso de vendas, publicado pela prestigiada editora Cobogó. No teatro vem arrebatando plateias nas cidades por onde passa. “A peça ‘Macacos’ fala sobre a estruturação do racismo no Brasil a partir do olhar de uma pessoa negra, e tenta contar, como esse “xingamento” se tornou um dos mais populares no país e fora dele”, comenta Clayton.