Nem sempre o cinema foi feliz em retratar casais pretos. Muitas vezes estereotipados, tantas outras apenas servindo de escada para protagonistas brancos. Isso tem mudado na indústria graças a termos pessoas negras contando as próprias histórias.
Neste Dia dos Namorados, a Trace Brasil compilou dez produções que abordam as diversas faces do amor em relações entre casais negros. Confira!
1 – Malcolm and Marie (2021)
Sam Levinson já tinha trabalhado com Zendaya em “Euphoria” e trouxe a estrela para contracenar com John David Washington em “Malcolm and Marie”. Passado em apenas uma noite, o filme acompanha uma longa discussão de relacionamento entre um cineasta em ascensão e a namorada atriz. Ego, dores e tentativas nem sempre bem-sucedidas de entender o mundo do outro envolvem o longa que rodado em preto e branco, traz um pouco da aridez que envolve alguns relacionamentos.
Disponível na Netflix.
2 – Rafiki (2019)
“Rafiki” entra costumeiramente em listas de filmes envolvendo amor preto. O drama queniano é um denso retrato sobre as dificuldades que casais não tradicionais enfrentam para viver o amor em toda sua plenitude. A história é sobre as garotas Ziki e Kena (Sheila Munyiva e Samantha Mugatsia),que tem sua relação condenada pelas leis homofóbicas do Quênia e ainda tem de lidar com as diferenças políticas entre suas famílias. Uma produção obrigatória para quem quer conhecer o melhor do cinema africano e entender um pouco as lutas alheias para viver suas paixões.
Disponível no Telecine
3 – Moonlight: Sob a Luz do Luar (2016)
“Moonlight” é uma obra-prima! Merecidamente levou o Oscar de Melhor Filme em 2017. O enredo segue a vida de Chiron, da infância à vida adulta, ( Alex Hibbert, Ashton Sanders e Trevante Rhodes interpretam o personagem). O diretor Barry Jenkins faz um complexo e profundo estudo de personagem, jogando luz sensível e poética na trajetória de seu protagonista, sobretudo quando relata o amor entre dois homens negros que chegam na relação calejados de cicatrizes emocionais. Filmaço!
Disponível no HBO Max
4- Queen & Slim (2019)
Jodie Turner-Smith e Daniel Kaluuya dão vida aos protagonistas que nomeiam o filme. Ambos se encontram despretensiosamente e o que seria apenas uma noite tranquila, se transforma em uma fuga espetacular que ao mesmo tempo une aqueles dois personagens por uma ligação ancestral em entenderem que são vítimas do mesmo ódio. Abuso policial, discussão racial, amor preto e o nascimento de um símbolo de luta.
O amor preto cura, une e se torna um símbolo, ainda que à revelia dos envolvidos. Um clássico cult contemporâneo.
Disponível para aluguel no Prime Video e Telecine
5 – Se a Rua Beale Falasse (2018)
Baseado num romance do escritor James Baldwin, “Se a Rua Beale Falasse” aborda a vida amorosa de Tish (KiKi Layne) e Fonny (Stephan James). Passado no Harlem dos anos 70, o casal apaixonado vive o afeto mútuo desde pequenos, mas além da identificação, a luta contra o racismo brutal na época também se torna uma liga que os une.
Dirigido por Barry Jenkins (“Moonlight”), o longa é preciosista (isso é um elogio) no retrato da época, seja em cenários ou em figurinos. Com Fonny sendo acusado de um crime, Tish vai precisar enfrentar a descrença em sua luta para inocentar o companheiro. A presença poderosa de Regina King como sua mãe, reforça esse ciclo de amor formado para enfrentar o ódio racial norte-americano.
Disponível para aluguel no Youtube e Prime Video
6 – Pixinguinha – Um Homem Carinhoso (2021)
Vida e obra de Pixinguinha são contadas no filme dirigido por Denise Saraceni, Allan Fiterman .É um acerto do roteiro o esforço em mostrar que o lendário compositor interpretado por Seu Jorge teve como grande incentivadora Albertina da Rocha, a Betty, interpretada com ternura por Taís Araújo. O filme mostra que a trajetória do cantor foi uma história de amor com a música, mas que ganhou mais graça com o amor sempre presente da companheira, trajetória dividida até o fim da vida.
Disponível na Globoplay e Telecine
7 – O Amor de Sylvie (2020)
O “Amor de Sylvie’” é protagonizado pela jovem Sylvie (Tessa Thompson) que conhece o saxofonista (Nnamdi Asomugha) em uma loja de discos O amor pela música os une, mas atritos fazem com que as coisas não sejam assim tão fáceis.
A trilha sonora permeada por jazz é irresistível e e nos embala enquanto torcemos por essa história de amor. De todos os filmes da lista até aqui é o mais leve. A química entre Tessa Thompson e Nnamdi Asomugha é quase palpável.
Disponível exclusivamente no Prime Video.
8 – Pense como Eles (2012)
Engraçado, romântico, um elenco incrível e claramente se divertindo em seus papéis. “Pense como Eles” se baseia no livro “Act like a lady, think like a man” de Steve Harveyfilme. As mulheres ganham uma arma para triunfar na guerra dos sexos: um livro que as ajuda a entender a mente masculina. Ver todos os casais esbanjando química enquanto tentam amadurecer suas ideias sobre relacionamento, ao mesmo tempo que precisam conciliar os objetivos pessoais e profissionais é uma experiência muito gostosa.
O elenco feminino conta com atrizes do nível de Gabrielle Union, Meagan Good, Regina Hall e Taraji P. Henson.
Disponível para aluguel no YouTube
9 – Fugindo do Amor (2021)
A cantora Erica (Christina Milian) acaba aceitando fazer um show em um resort de luxo nas Ilhas Maurício, ao chegar para o evento, descobre que a apresentação será justamente casamento do ex, Jason (Jay Pharoah).
O diretor Steven Tsuchida conduz este longa com mão leve, entregando o feijão com arroz de toda comédia romântica e isso não é um demérito. Ao não tentar reinventar a roda do gênero, a produção acerta no bom entretenimento e nos pegamos torcendo contra ou a favor dos triângulos amorosos que surgem.
Disponível na Netflix
10 – Entergalactic (2022)
Entergalactic é uma animação musical do rapper, compositor, ator e produtor musical Kid Cudi. A série é o audiovisual do décimo álbum do artista e foi tratada com o esmero conhecido do trabalho do rapper.
A série/filme conta uma história simples: Jabari (interpretado por Cudi)é um cartoonista recém-chegado a Nova Iorque que se apaixona pela sua vizinha do lado. O universo psicodélico construído pela animação é sedutor e casado com a ótima trilha sonora, se torna uma boa viagem ao mundo destes dois jovens negros.
A animação lembra muito a técnica apresentada no recente filme “Homem-Aranha Através do Aranhaverso”, o que já diz muito da qualidade do projeto.
Uma comédia romântica cheia de frescor para ser acompanhada com os fones no máximo!
Disponível na Netflix
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