Dirigido por Orlando Caldeira, espetáculo ‘Pelada’ faz temporada remota e gratuita

por | setembro 5, 2021

Como o restante do mundo, o torneio de pelada de Olaria parou em 2020. Os meses vão passando e, assim como a tradição do bairro e a diversão dos vizinhos, o prêmio que caberia ao grande campeão, uma leitoa, fica pra escanteio. O bichinho vai crescendo, vira uma grande porca e desaparece. Para resolver o problema, os vizinhos só têm uma solução: reunião online. E é desse jeito que começa a ser contada a história do novo espetáculo do Coletivo Preto em parceria com o Coletivo Negra Palavra, “Pelada”. A comédia faz temporada remota até o dia 26, de sexta a domingo, às 20h, com ingressos gratuitos.

O espetáculo traz, com muito humor, a efervescência das narrativas do subúrbio carioca, ainda pouco valorizadas no teatro, segundo o diretor e idealizador Orlando Caldeira. “Nós abordamos o tempero do cotidiano. Os personagens trazem questões comuns a quase todos nós e que são muito risíveis. E é engraçado justamente porque é uma identificação.  O nosso dia a dia é especial e digno de se tornar uma obra de arte”, destaca ele, que também atua na montagem.

Espetáculo tem 100% do elenco formado por atores negros

A comunicação popular do espetáculo mistura linguagens de cinema, novela, teatro e o novo teatro digital. Para chegar à versão final do texto foi feita uma mesa de roteiro com os autores Eudes Veloso, Orlando Caldeira e Patrick Sonata. “A certeza que tínhamos desde o início era que precisava ser comédia. Entendemos que este momento é hora de cuidar um pouco do público, trazer riso e diversão para esses tempos que não estão fáceis”, ressalta.

No elenco, apenas atrizes e atores negros: Adriano Torres, Breno Ferreira, Carol Falcão, Drayson Menezzes , Eudes Veloso, Isa Freitas, Jorge Oliveira, Lucas Sampaio, Orlando Caldeira, Patrick Sonata, Rodrigo Átila e Thiago Hypolito. A formação desse time é uma parceria do Coletivo Preto com o recém-formado Coletivo Negra Palavra, que nasceu durante as apresentações do espetáculo homônimo, que teve três temporadas em teatros e participou de festivais Brasil afora em 2019 e, mais recentemente, foi adaptado para o ambiente digital.

“Ficamos mais de seis meses em temporadas online, com uma linguagem totalmente inédita, diferente daquela que apresentamos nos palcos. Foi uma adaptação bem meticulosa, que nos permitiu levar a poesia de Solano Trindade a muitas outras pessoas: tinha gente que nos assistia de fora do Brasil, chegamos a fazer uma turnê para cinco países africanos. Isso sem a Internet seria inimaginável”, conta Orlando.

O trabalho com “Negra palavra” rendeu ao elenco o Prêmio Jovem Talento (Troféu Manoela Pinto Guimarães), que faz parte do Prêmio APTR de Teatro de 2021. A montagem, que conta com a participação especial do ator Luís Miranda, recebeu ainda indicação como Espetáculo Adaptado Ao Vivo.

A história de “Pelada” é recheada de personagens controversos: uma dona de um salão de cabeleireiro, casada com o juiz da partida; o famoso trambiqueiro do bairro; o pipeiro, que detesta jogar futebol, mas não perde a diversão; um policial vegano; um candidato político gaúcho que finge ser carioca; um casal gay que enfrenta uma grande rivalidade no campo e na vida social: um é uber e o outro, taxista. “Mesmo  brincando com as caricaturas, fazemos com muito respeito e orgulho, porque a maioria de nós é do subúrbio. Queremos enaltecer esse lugar, as pessoas maravilhosas e as suas tradições”, acrescenta Eudes Veloso.

Com a experiência de quem já  compreendeu a nova linguagem digital do teatro, o espetáculo tem 40 minutos de exibição e é transmitido pela plataforma Zoom. Os ingressos devem ser retirados gratuitamente no Sympla.

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