O documentário “Mãri hi – A Árvore do Sonho”, do diretor Yanomami Morzaniel Ɨramari, pode ser o primeiro filme dirigido por cineasta indígena a representar o Brasil no Oscar. Depois de vencer o festival brasileiro “É Tudo Verdade”, o curta foi um dos selecionados pela IDA, pré-lista da International Documentary Association (IDA) Awards, que é uma porta de entrada para a maior competição internacional. Produzido pela Aruac Filmes com coprodução da Hutukara Associação Yanomami e produção associada da Gata Maior Filmes, o filme acompanha os ensinamentos do grande líder e xamã Yanomami, mundialmente conhecido, Davi Kopenawa. No dia 10 de novembro, o diretor Morzaniel e Kopenawa fizeram a estreia do filme nos Estados Unidos, marcando presença no 15th Hollywood Brazilian Film Festival.
“Mãri hi – A Árvore do Sonho” foi exibido na Mostra Cinema da Inclusão do 80º Festival de Veneza, mas estreou internacionalmente no Sheffield Doc Fest no Reino Unido. No Brasil, conquistou os prêmios de Melhor Curta-Metragem no Festival É Tudo Verdade e Melhor Fotografia e Especial do Júri no 50º Festival de Gramado 2023 e foi exibido na 35ª Bienal de São Paulo. Além disso, participou do Festival Internacional de Cine de Valdivia (Chile) e do World of Film International

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“O filme vai ajudar a fazer com que não-indígenas conheçam o povo Yanomami, conheçam as nossas imagens e comecem a pensar junto com os Yanomami para defender a terra e melhorar a saúde do nosso povo. Espero que todos possam defender o povo Yanomami, nos ajudar a viver em paz, livres de invasores e com boa saúde”, afirma Iramari.
Walter Salles, diretor de “Central do Brasil”, filme indicado em duas categorias ao Oscar (Melhor Filme Internacional e Melhor Atriz para Fernanda Montenegro) classificou o filme de Ɨramari como “excepcional, impactante e revelador”: “Em um brilhante curta-metragem que merece ser considerado para um Oscar, Morzaniel Ɨramari revela como os povos da floresta sonham o mundo. Falamos muitas vezes de diversidade, mas nem sempre a reconhecemos. ‘Mãri hi’ é a prova viva de que a diversidade pode se ampliar no cinema. A câmera muda de mãos e é agora empunhada por um diretor Yanomami de um raro talento, que nos oferece um reflexo ao mesmo tempo agudo e singular de seu povo. Espero que a Academia abrace esse filme tão único”.
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