Com o protagonismo feminino negro em cena, o premiado espetáculo baiano “Rosas negras” circula por cinco cidades e três estados, realizando oito apresentações entre os meses de agosto e setembro. O solo cênico, que nasce da pesquisa historiográfica da atriz alagoinhense Fabíola Nansurê, há 5 anos, passeia por diversos palcos na Bahia e pela primeira vez realiza temporada fora do estado. A turnê inicia no dia 12 de agosto em Salvador (BA), no Teatro do SESC Pelourinho, e segue com apresentações nos Teatros Sesc Vila Mariana de São Paulo (SP), Sesc Campinas (SP), Sesc Mogi das Cruzes (SP) e no Teatro Ruth de Souza no Rio de Janeiro (RJ). Nas cidades paulistas e cariocas também haverá oficinas artísticas na programação. Todas as informações podem ser acompanhadas através do Instagram @rosasnegras.espetaculo e do site: www.rosasnegrasespetaculo.com.
Trazendo uma atmosfera provocativa, intensa e ao mesmo tempo acolhedora, o espetáculo apresenta as dificuldades, lutas, vitórias e desafios presentes no cotidiano de mulheres negras, a partir da afirmação da sua autoestima. A intérprete-criadora, Fabíola Nansurê parte de sua pesquisa com mulheres negras de diferentes idades e áreas de atuação para a construção da narrativa que traz histórias de anônimas e famosas que se destacaram na luta contra o racismo e a violência contra a mulher. “A intenção vai além de se posicionar perante as dores da mulher preta, que são muitas, nós celebramos a sua existência e abrimos um canal de diálogo”, afirma Fabíola.
“Rosas negras” tem dramaturgia de Onisajé, direção de Diana Ramos e direção musical de Jarbas Bittencourt. Foi premiado nas categorias de Melhor Espetáculo e Melhor Dramaturgia no 2° Festival de Teatro Online em Tempo Real do Rio de Janeiro em 2021 e indicado ao Prêmio Braskem de Teatro na categoria “Espetáculo do Interior” no mesmo ano.
De acordo com Fabíola, “Rosas Negras”, é uma grande “MULHERAGEM” à mulher negra. O espetáculo põe em cena a beleza, o vigor, a inteligência, a sensualidade e sensibilidade da mulher negra, lutando contra os estigmas e os estereótipos imputados a elas pelo processo de colonização. “Rosas Negras reverencia a ancestralidade feminina, coloca a mulher negra como protagonista da sua própria história, cria referência, empodera, potencializa a autoestima e valorização de nossas raízes negras”, destaca a atriz.
Abertura da temporada em Salvador terá intérprete de Libras
A abertura desta temporada acontece no dia 12 de agosto em Salvador (BA), no Teatro SESC Pelourinho, às 19h. Será uma sessão especial que contará pela primeira vez com intérprete de Libras durante toda a apresentação do espetáculo. A iniciativa nasce da parceria com Eurides Nascimento, consultora em Acessibilidade e Desenvolvimento humano e CEO da Libras Afrodiversa. A intenção é atuar na inclusão de pessoas surdas na cena cultural e de projetos artísticos afirmativos. Os ingressos custam R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia) e R$ 16 (credencial plena).
Circulação em São Paulo e Rio de Janeiro: novas redes de conexão
A partir do dia 19 de agosto o espetáculo Rosas Negras chega no estado de São Paulo e permanece até dia 28, passando pelos Teatros Sesc Vila Mariana (São Paulo), Sesc Campinas e Sesc Mogi das Cruzes. Além das apresentações teatrais, nesses espaços também serão realizadas as oficinas “Eu vejo você – Dança dos orixás para não dançarinas” com a atriz, pesquisadora, coreógrafa e preparadora corporal, Fabíola Nansurê e “Produção cultural negra nas artes cênicas” com o produtor artístico, agente cultural e pesquisador de políticas culturais, Ominjarê. De 31 de agosto a 04 de setembro é a vez da capital carioca receber o espetáculo no Teatro Ruth de Souza, com a programação da oficina de dança e bate-papo.
Para Onisajé levar o espetáculo para outras cidades fora do estado é motivo de muita alegria e orgulho por ampliar o alcance de uma produção totalmente baiana e integrada por pessoas negras. “Essa circulação vem dar um novo respiro a um espetáculo que já é reconhecido pela profundidade com que trata as questões que atravessam as mulheres negras. É um momento para celebrar e manter viva a chama do ritual dos diálogos e encontros, desse espelho que é o teatro, onde a gente se reflete, se percebe, se provoca e se problematiza”, destaca a dramaturga.
Fabíola também destaca a relevância política-social desse intercâmbio com o público de outras regiões. “Rosas Negras é um grande ipadê (encontro) de mulheres que se reconhecem nas vivências. Um ebó (oferenda) de autoestima, de autoconfiança, de reverência às nossas mais velhas, de estratégia, de autocuidado, de orgulho em ser mulher preta, de cuidado com nossas irmãs, de orgulho ao crespo e de orgulho a nossa tez. Sabemos como é difícil nossos corpos ocuparem certos espaços e ter essa projeção é uma oportunidade incrível de trocar com mais mulheres do nosso Brasil. A gente leva nosso jardim daqui da Bahia para florescer em outras cidades”.
Repositório de atrizes negras da Bahia
Indo além do espetáculo cênico, o “Rosas negras”‘ também propõe ser uma comunidade de incentivo e valorização de mulheres negras e artistas. Nesse sentido, o site do projeto está com inscrições abertas para atrizes negras baianas se cadastrarem no repositório que funcionará como fonte de acesso para facilitar o contato com produtores artísticos e contratantes. As inscrições podem ser realizadas através do site: www.rosasnegrasespetaculo.com.
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