O espetáculo de dança afro “Cosmogonia Africana – A Visão de Mundo do Povo Iorubá” realizará sessões gratuitas, com classificação livre, nos dias 26 e 27 de agosto, às 19h, na Sala Municipal Baden Powel, em Copacabana, no Rio. Além das apresentações, o projeto idealizado pela diretora, bailarina e professora de dança Aninha Catão, promoverá outras ações também gratuitas, com a finalidade de manter a interatividade com o público. No dia 27, às 14h, as atividades iniciam com a palestra “Exu Enubarijo – O Boca Coletiva”, ministrada pela Aninha Catão. No dia 28, acontecerão as oficinas de percussão, com Alexandre Munrha, às 10h, e de dança afro, com Aninha, às 11h.

Sucesso de bilheteria pelo ineditismo em mostrar uma versão africana para o mito da criação do universo, o “big bang” no “Cosmogonia Africana” acontece de maneira singular. Ao som de tambores tocados por quatro músicos que representam os ogans dos tradicionais terreiros de Candomblé no Brasil, o grupo artístico Tambor de Cumba, liderado por Aninha e composto por mais oito bailarinos, retratam não só como as primeiras formas de vida surgiram a partir de elementos primordiais da natureza: o fogo, a terra, a água e o ar, como também as divindades iorubás, conhecidas como orixás – e esse é o diferencial que aguça tanto público em busca de conhecimento sobre histórias que valorizam a cultura afro-brasileira e a identidade da população negra no país.

Os gestuais e danças apresentadas pelos artistas, assim como o canto de Nina Rosa são pontos encantadores que se interligam em diferentes momentos do espetáculo e provocam êxtase nos espectadores. Com uma equipe majoritariamente negra, o projeto tem a finalidade de combater o racismo tendo o cenário cultural e didático como aliados nesta causa. O espetáculo ainda seguirá outras apresentações pela cidade, com a agenda de atividades disponíveis no Instagram @cosmogoniaafricana e no site oficial do Tambor de Cumba. O “Cosmogonia Africana – A Visão de Mundo do Povo Iorubá” é baseado no importante trabalho homônimo à iniciativa, desenvolvido por Marcelo Monteiro.

“A grande importância de assistir ao espetáculo é essa oportunidade de aprender sobre a história ancestral dos africanos escravizados aqui no Brasil. Esta é a chance de conhecer um pouco sobre nós mesmos, a nossa origem e a nossa cultura. Então, o espetáculo tem o papel de evidenciar a existência de uma riqueza cultural magnífica, no Brasil, herdada do continente africano, em especial, do povo iorubá. Este espetáculo tem alcançado o público da forma mais democrática possível, por meio da gestualidade mitológica, não apenas entretendo-o, como também informando. Também propomos a desconstrução da marginalização da cultura negra, destacando o protagonismo do negro e das suas formas de recriar a sua própria existência, com símbolos, formas e reconhecimento”, afirma Aninha Catão.