Kenya Sade e Alberto Pereira Jr. recebem o atleta e nadador André Brasil no podcast Tô na Trace desta quinta. Ele que é dono de 14 medalhas em Paralimpíadas, 32 em Mundiais, 21 em Jogos Pan Americanos Paraolímpicos e detentor de quatro recordes mundiais, falou sobre Jogos Paralímpicos, representatividade e capacitismo – a discriminação sobre pessoas com deficiência.

O atleta comentou sobre a sua não participação nos Jogos de Tóquio. Ele se tornou inelegível, devido à reclassificação feita pelo Comitê Olímpico.

“O esporte paralímpico, por ser algo ainda muito novo, ainda tem muito a evoluir. Os atletas que, hoje, competem em suas classes. E eu vou falar da natação, da qual eu faço parte, que tem 14. O que eu posso dizer especificamente é que a gente ainda vive uma subjetividade nesse processo. As pessoas que classificam os atletas nessas classes são pessoas descredibilizadas.Por serem pouco valorizadas, elas não se sentem nesse papel, nesse poder de decisão com a vida de alguém. Falta um pouco de ciência, de exatidão nesse processo. Um médico, um fisioterapeuta, um educador físico avalia a olho nu aquilo que o indivíduo traz com a deficiência. No meu caso, um único ponto me tirou do esporte, depois de quase 15 anos defendendo o Brasil, levantando o movimento paralímpico, trazendo notoriedade. Acredito que não foi justo. Se o sistema se moldou, se modificou, em nenhum momento, ninguém me explicou quanto à exatidão, à ciência, aquilo que realmente o esporte deveria fazer para gerar equidade, equilíbrio. Sem mais nem menos, eu perdi o meu trabalho, minha profissão, o que eu mais amava. E eu tive que, com 35 anos, entender um novo André, fechar algo de forma abrupta para começar uma vida diferente”, desabafou.

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