Expoente da literatura nacional, Stefano Volp lança “O segredo das Larvas”, que aborda racismo e colonialisismo em distopia

por | maio 2, 2024

Com referências afrofuturistas, o escritor e roteirista Stefano Volp explora trama que levanta questões contemporâneas como segregação racial, colorismo e desigualdades sociais. Em uma mistura de “Jogos Vorazes” e “O Conto da Aia”, “O Segredo das Larvas” esmiúça um tema que as distopias costumam evitar: raça.

Publicado de forma independente em 2019, o livro figurou em primeiro lugar na lista de mais vendidos da Amazon na categoria ficção distópica nacional. Agora, lançado pela Galera Record, O segredo das larvas, volume um de uma trilogia, chega aos leitores em nova versão, revista e ampliada, e conta com ilustração de capa produzida pelo premiado ilustrador Douglas Lopes.

“Sempre admirei a facilidade com a qual as narrativas distópicas introduzem discussões políticas de forma envolvente e sedutora na ficção. Sou um fã de distopias, mas reconheço que as mais famosas são quase sempre escritas por culturas que são ou foram impérios coloniais. O segredo das larvas é uma tentativa de reimaginar o futuro distópico do Brasil, do ponto de vista de um autor negro, atravessado pelas políticas violentas em um país colonizado. Minha motivação nasce dessa urgência.”, diz Stefano Volp.

O autor nasceu em 1990, no Espírito Santo, e radicou-se no Rio de Janeiro. Formado em Jornalismo e especializado em Roteiro Audiovisual pela Academia Internacional de Cinema, Volp é autor de Nunca vi a chuva, Homens pretos (não) choram e O beijo do rio, entre outros. Já contribuiu para veículos como VEJA e Folha de S.Paulo. Hoje, o autor trabalha na adaptação audiovisual de todas as suas obras literárias.

SINOPSE:

O segredo das larvas (Ed. Galera Record) conta a história do Brasil depois do Apocalipse, depois do Breu. Certo dia, a energia elétrica foi desligada em todo o país, e, uma vez cortada, não voltou no dia seguinte, nem no outro. Dois meses depois, quando foi reestabelecida, tudo o que se conhecia sobre a civilização moderna estava em colapso.

Nessa trama, Volp apresenta ao leitor Freya, uma jovem de 17 anos que nasceu nesse novo mundo e aprendeu a conviver da melhor forma que lhe foi ensinada. Freya mora em uma colônia onde pessoas de pele negra foram confinadas e rebatizadas de “o povo da noite”. Lá, além de lidar com os transtornos mentais da mãe, ela vive constantemente assombrada pela filtragem, o programa da metrópole que acontece de quatro em quatro anos e promete selecionar as garotas mais belas para passarem o restante de suas vidas em Éden, desfrutando dos privilégios da capital tão desejada. Mas a passagem para a metrópole não tem volta. Quem passa para o lado de lá e conhece a vida em Éden nunca mais retorna.

Acontece que a tão sonhada metrópole é responsável pela exploração das pessoas que vivem nas colônias e, apesar de não conhecer o mundo do outro lado da cerca, Freya se recusa a acreditar em boas promessas. Ela tem certeza de que a convocação é um disfarce para os piores pesadelos. Algo terrível acontece nas beiras do mundo e as garotas filtradas correm perigo. Freya sabe de tudo isso porque sua própria mãe foi uma filtrada. Em todos os anos de seleção, foi a única pessoa que retornou e com a língua decepada.

Chegou novamente o período da filtragem e só o que resta a fazer é escapar. Só que agora, nada será igual e Freya precisará decidir até onde está disposta a ir para não mais apenas sobreviver, mas finalmente se vingar.

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