No próximo dia 15 de janeiro, às 19h, Fabiana Cozza, uma das vozes mais poderosas e emocionantes da música brasileira contemporânea, sobe ao palco do Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (CCBB SP) para um show gratuito. A apresentação integra a ocupação cultural “Trilogia Matriarcas”, que celebra os 80 anos de Helena Theodoro, primeira doutora negra em Filosofia do Brasil e referência na valorização da cultura afro-brasileira. O projeto é apresentado pelo Ministério da Cultura e Banco do Brasil, com patrocínio do Banco do Brasil, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura – Lei Rouanet.
Reconhecida por sua entrega cênica e domínio técnico, a sambista não apenas canta: ela vive cada nota, cada verso. Esse talento arrebatador já lhe rendeu dois troféus do Prêmio da Música Brasileira – em 2012, como “Melhor Cantora de Samba”, e em 2018, pelo álbum em língua estrangeira que encantou crítica e público. Não por acaso, seu nome está sempre entre os mais celebrados da música nacional, com indicações ao Prêmio Tim e ao Prêmio Rival Petrobras em 2005.
Seu mais recente trabalho, o disco Urucungo (2023), reafirma sua habilidade de transitar entre tradição e inovação. O álbum apresenta músicas inéditas do compositor Nei Lopes como “Alquimias”, “Já Não Manda Em Mim” e “Dia de Glória”, todas carregadas de uma poesia que ressoa com a força e a história do povo afro-brasileiro.
Helena Theodoro, cuja trajetória foi marcada por seu compromisso com a educação e a luta por igualdade racial, tem sido homenageada no CCBB desde dezembro. A ocupação já incluiu a estreia do espetáculo “Mãe de Santo”, além de mesas de debates, oficinas, palestras e a exposição “Baobá de Memórias – uma homenagem à Léa Garcia”, uma das grandes damas do teatro negro brasileiro, que complementou a experiência.
Ainda estão previstas mais duas apresentações que seguem o tributo à Theodoro: “Mãe Baiana”, estrelada por Dja Martins e Luiza Loroza, que trata do luto e da memória afetiva por meio da relação entre avó e neta, e “Mãe Preta”, com dramaturgia de Valesca Lins, que destaca a jornada de uma mulher negra que, ao superar grandes perdas, reconstrói sua vida, reafirma sua independência e se fortalece como pilar de sua comunidade.
0 comentários