“É gostoso tocar para pessoas parecidas com a gente”. Falamos com Tuyo sobre música, felicidade e parceria com Vitão

por | março 17, 2023

Elogiados pela crítica, adorados pelo público e donos de um estilo de pop único dentro da MPB contemporânea, o trio curitibano Tuyo celebra a atual fase com o single ‘Zero Coragem’, parceria com Vitão. 

Pouco antes de embarcar para uma série de três apresentações nos Estados Unidos, a Trace Brasil reuniu em uma manhã sonolenta Lilian Soares (Lio), Layane Soares (Lay) e Jean Machado em uma conversa realizada via vídeo.O papo começa com Lilian explicando a ponte construída até a realização do feat com Vitão. “Os famosos amigos em comum que nunca falham. A gente tinha um carinho pelo trabalho do Vitão, a gente imaginava como ele se comporta, as coisas que ele comunica. É só um menino novo fazendo música, ganhando o mundo”, conta. Ainda segundo a cantora, as parcerias musicais do grupo “partem desse lugar de admiração, de carinho, de uma amizade em potencial”, coisa que dá para perceber na energia dos materiais de divulgação ao lado do cantor paulista”

Ele é um querido, dedicado, carinhoso, interessado apenas em fazer música. Acho que a gente conversou sobre música e nossas colaborações partem desse lugar de admiração, de carinho, de uma amizade em potencial – Lio sobre Vitão

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Foto: Vitor Augusto

De Lenine a Luccas Carlos, passando por Fresno e Vitão, a Tuyo tem construído relações interessantes com diversos artistas de gêneros variados. A desinibição do grupo, demonstrada em entrevista,  junto a uma receptividade aconchegante, parecem ser o segredo para atrair  tanta gente talenosa. “Acho que é pelas ideias. O fato da gente estar num momento da música em que muitos estilos musicais tem trocado figurinha (…) Isso deixa a gente muito livre para estar nos lugares, fazer trocas. Antes de tudo a admiração pelas ideias que são passadas na música, não importa que estilo musical seja”, explica Lay.

Machado consente o que suas parceiras de grupo falam, parecendo ser o tipo que funciona melhor em outro horário do dia, mas as diferenças marcantes de personalidade, parecendo ser Lio a mais expansiva, Lay a mais a terna, que concedem ao papo uma fluência gostosa de participar. Perguntadas se essas diferenças geram atritos na hora de compor, Lio diz que os atritos surgem por tudo, menos por causa de música. “Quando estamos compondo juntos não tem briga. Acho que ficamos vulneráveis, na hora de escrever  falamos sobre coisas delicadas. Temos muito respeito pelas coisas que acontecem”, conta com Lay esclarecendo que as brigas são “pautadas em diversão”

É bom olhar para o lado, e nesse momento, começar a ver nossos pares. Ter ido ao Grammy e poder abrir o carro na rua e gritar o nome da Luedji foi muito saboroso, mais até que estar lá – Lay

Trio de afropop e muito mais coisas do que se pode definir, Tuyo envia mensagem ao seu público fiel por meio da existência em si mesmo. Três corpos negros ganhando o mundo gradativamente. O grupo tem plena ciência de que o marcador social de corpos oprimidos veem na música feita por eles um abraço. ”A gente tem um relacionamento muito bonito com as pessoas que acompanham a gente e eles tem corpos e trajetórias parecidos com os nossos”, reflete Lay, apoiada por sua irmã: “É gostoso subir no palco e ver que a gente é parecido com você. A nossa audiência composta com pessoas de marcador social muito forte me dá a certeza que estamos conseguindo nos comunicar direito”, completa Lio.

Nossa matéria prima são nossas vivências. O que é ser uma pessoa preta morando no meu corpo? Qual a profundidade do meu sentir? A gente faz parte de um período na música em que muitos artistas se compromete com causas. Ficar vivo, ter o direito de ser feliz, o direito de ser triste, curtir um pagodão. Por onde você olha tem algum artista preto tem algum artista preto se desdobrando. Cada vez mais terá gente chateada com isso, quem gosta gosta, e quem não gosta, paciência – Lio

 

A banda também integra as grandes atrações do Lollapalooza 2023 e como todo bom viciado em música e mistura, ficam animados com a possibilidade de ver Olodum e Planta & Raiz dividindo o palco, mas não sabem se poderão assistir.

Definitivamente a música define a existência de Lay, Lio e Machado. “A gente está feliz pra caralho. “Zero Coragem” foi muito custosa. A gente teve muito trabalho, teve que sangrar muito para hoje ter um braço cicatrizado”, finaliza Lay.

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