Em 14 obras, artista cria imagens sobre a representação do corpo negro, transitanto entre ciência, religião, crenças populares e outros elementos. Exposição está aberta na galeria Quarta Parede até dia 08 de março
Artista, professor e poeta periférico, Diogo Nógue, participa da exposição “Fazer faz Corpo”, nova amostra lançada na Galeria Quarta Parede, no bairro da Vila Mariana, em São Paulo.
Natural de Suzano (SP), Diogo é artista negro, professor, escritor e poeta periférico. Formado como Artista Visual pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, desde o início da carreira participa de mostras coletivas e individuais em centros culturais e galerias, investigando diferentes linguagens, como pintura e desenhos, com forte influência da literatura em seus trabalhos. Já participou de mais de 10 exposições pela cidade de São Paulo, com destaque para a “Mãos: 35 anos da mão afro-brasileira” no MAM São Paulo. Também já realizou exposições individuais como “Meu corpo que te abriga” (2022), no Centro de Formação de Professores Clarice Lispector, em Santo André (SP) e “O Que Nunca Vão Apagar, na Casa de Cultura Raul Seixas São Paulo-SP.
Entre pinturas e desenhos, Nógue relaciona o corpo, o mágico e a ciência para falar da experiência de ser artista e homem negro na contemporaneidade.
Influenciado pela arte afro-brasileira e as expressões artísticas afro-diaspóricas, utiliza as obras para expressar as subjetividades de sua vivência negra. Nas pinturas, mergulha no afro-surrealismo, se valendo da estética dos sonhos, do inconsciente, do autorretatro e das dimensões para além do mundo terreno para refletir sobre temas latentes da sociedade como a desumanização das pessoas negras pela arte eurocêntrica e a identidade do homem negro na história. Essas inspirações estão nas séries “Quem Matou Basquiat?”, nas pinturas em “NzalaAkulo – A Praia”, “Corpo Encanto”, no díptico “Desconversando o Eu’ e o tríptico “Corpo Desencanto”.
Em outra faceta, a vivência negra contemporânea é representada pelo resgate ancestral do fazer artesanal. Na série “Herbário”, Diogo Nógue desenha ervas e plantas usadas para a cura e rituais em panos de prato antigos que foram feitos por sua mãe e tias. Nessa série, explora a relação de cuidado presente na culinária, banhos e simpatias.
“O Afro-surrealismo é uma maneira de trazer nossa humanidade e vivências para o mundo. Essa exposição é resultado da troca entre artistas e curadores do projeto, trazendo novas perspectivas para o meu trabalho”, diz Diogo.
A exposição Fazer Faz Corpo reúne três artistas brasileiros que utilizam principalmente a pintura e o desenho como linguagem – Ana Freitas, Diogo Nógue e Eduardo Baltazar – na Galeria Quarta Parede, Vila Mariana, até dia 8 de março de 2024. Os três artistas foram selecionados pelo edital Projeto Bússola, concebido e executado pelo pesquisador André Aureliano Fernandes e pelo artista Renato Almeida, no âmbito das atividades do Coletivo Borde, com a finalidade de aprofundar seus processos poéticos.
Agenda:
Exposição: Fazer Faz Corpo
Até dia 08 de março
Galeria Quarta Parede (Av. Conselheiro Rodrigues Alves, 722 – Vila Mariana)
Gratuita
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