A 15ª edição da Festa Literária das Periferias (Flup) será realizada entre 19 e 23 de novembro e 27 e 30 de novembro, ocupando o Viaduto de Madureira, a CUFA (Central Única das Favelas) e o Zê êne, no bairro de Madureira, berço do samba e coração da Zona Norte do Rio de Janeiro, em uma celebração que reúne autores, artistas e pensadores da diáspora negra do Brasil, África, Caribe, América do Norte e Europa. Com o tema “Ideias para reencantar o mundo”, a Flup 2025 conta com patrocínio master da Shell e homenageia Conceição Evaristo, uma das mais importantes vozes da literatura contemporânea e a primeira autora viva a ser homenageada pelo festival.
Considerada um dos mais relevantes festivais literários do país e um espaço de encontro entre palavra, corpo e território, a Flup celebra a força da imaginação e da escrita como práticas de resistência e reconstrução simbólica. “Ao homenagear Conceição Evaristo, a Flup reconhece a escrevivência como um gesto político e poético, capaz de reencantar o mundo a partir das vozes negras e periféricas”, afirma Julio Ludemir, diretor, curador geral e idealizador da iniciativa
Assim como em 2024, a curadoria internacional é assinada pela professora e pesquisadora franco-senegalesa Mame-Fatou Niang. Ela compartilha como tem sido surpreendente e desafiador compreender a presença negra na cultura brasileira, a partir de sua presença na Flup. “Pra mim, o Brasil é um mistério. Eu cresci assistindo novelas, amando Pelé, o futebol e o Carnaval em fevereiro, mas eu não sabia que o Brasil era um país negro — porque não é isso que é mostrado. Nas novelas, todas as mulheres são brancas, e quando aparece uma mulher negra, ela costuma ser miscigenada. Então, descobrir a negritude do Brasil — a força na culinária, na música, na literatura, em tudo — foi uma loucura. Mas, ao mesmo tempo, me despertou o interesse em entender como isso pode ser escondido. Quero conhecer mais e levar essa riqueza para a França”, aponta.








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