Martinho da Vila faz 85 anos de vida e de samba hoje, poucos dias antes do carnaval, um verdadeiro filho do samba. O carioca nascido no interior do Rio de Janeiro ganhou o nome que o tornou conhecido em homenagem à sua escola de samba do coração, a Unidos de Vila Isabel.
Quem teve o prazer de passear pela sua extensa discografia sabe que Martinho nunca pisou em ovos para temperar seu samba com tudo que há de mais rico na cultura africana e brasileira. Sem ele não existiriam muitos dos sambistas e pagodeiros que hoje fazem sucesso na TV e nos streaming. Sua música, nome e imagem estão intrinsecamente fundidos na história da música brasileira.
Hora explorando o partido alto e as batidas tradicionais vindas dos terreiros, hora usando orquestra de cordas e em outros momentos flertando com pagode contemporâneo, Martinho da Vila nunca se acomodou no estudo de sonoridades que o samba, o Brasil e a África lhe ofereceram. Não há nenhum artista de relevância que reverencie o samba que já não tenha gravado Martinho em dueto ou não. Xande de Pilares, Zeca Pagodinho, Zeca Baleiro, Teresa Cristina, Djonga, entre outros.
Vencedor de três Grammys Latinos, o compositor e intérprete segue produzindo até hoje, explorando a poesia delicada que samba pode oferecer. O poeta é comendador da República, tem título de doutor honorário pela UFRJ, é embaixador cultural de Angola, embaixador da boa vontade da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), membro da Divine Académie Françoise des Arts, Letres e Culture com medalha de honra e possui o Prêmio Lusofonia, em Portugal, pelo conjunto de toda sua história na música.
Para sempre Martinho da Vila.
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