Indicado ao Oscar, “Eu, Capitão” recebe trailer e pôster nacional

por | fevereiro 21, 2024

Ganhador do Prêmio de Direção e de outros 11 prêmios no Festival de Veneza, longa de Matteo Garrone aborda a jornada de dois jovens senegaleses rumo a Europa

“Eu, Capitão” é fruto de várias histórias entrelaçadas de jovens que vivenciaram a travessia da África para a Europa. Ao ouvir os seus testemunhos, ficou claro para mim que suas histórias eram provavelmente as únicas possíveis narrativas épicas dos nossos tempos”, assim o cineasta Matteo Garrone (“Gomorra”) define seu novo trabalho que concorre ao Oscar 2024 na categoria Melhor Filme Internacional e chega aos cinemas brasileiros em 29 de fevereiro, com distribuição da Pandora Filmes.

Ganhador de diversos prêmios no Festival de Veneza, entre eles de direção, o filme acompanha a jornada épica de dois adolescentes senegaleses, Seydou (Seydou Sarr) e Moussa (Moustapha Fall), que deixam Dakar e partem rumo a Europa. A viagem, no entanto, é repleta de obstáculos que, entre outras coisas, mostram o que pode haver de pior no mundo, desumanizando os dois rapazes.

Foto: Divulgação

Garrone, que assina o roteiro com Massimo Ceccherini, Massimo Gaudioso e Andrea Tagliaferri, explica que conhecia as histórias de imigração apenas pela mídia que costuma narrar apenas os últimos lances dessas jornadas. A ele, interessava também saber o que acontece antes das pessoas chegarem na Europa.

“Ao visitar um centro de acolhimento para menores em Catânia, Itália, ouvi a história convincente de um jovem africano que, ainda com 15 anos, conduziu um barco durante todo o caminho para a costa italiana, salvando assim a vida de todos os seus passageiros”, conta o cineasta.

Com o filme, Garrone pretende trazer imagens completamente opostas àquelas perpetuadas pela mídia tradicional, narrando a partir do ponto de vista dos imigrantes, para que eles mesmos possam contar suas jornadas com seus perigos e superações.

Foto: Divulgação

Mamadou Kouassi Pli Adama, ele mesmo um imigrante e colaborador no roteiro, explica que conheceu Garrone em 2019 quando foi apresentado por uma jornalista que pesquisava sobre o assunto.

“O processo de produção do filme me permitiu contar a nossa história, recontar nosso sofrimento, descrever a nossa vida, as nossas tradições, as nossas culturas. O filme é uma possibilidade de compartilhar tudo isso com as gerações de hoje e as de amanhã. O cinema, como meio, dá voz às pessoas que não têm uma.”, diz Mamadou.

Garrone confessa que o processo de escolha de elenco foi trabalhoso e aconteceu na África e na Europa. Ele diz que trabalharam com atores senegaleses muito jovens que nunca tinham saído do seu país, mas que, como a maioria de sua geração, sonha em viver em outro lugar. Assim, encontrou Seydou no ator Seydou Sarr (ganhador do Prêmio de ator no Festival de Cinema de Veneza de 2023).

Foto: Divulgação

Desde sua exibição no Festival de Veneza, “Eu, Capitão” tem tido uma boa acolhida da crítica especializada. A Variety avaliou o filme como surpreendentemente clássico em construção e estilo, guiando sabiamente nossa atenção em direção à história em questão – feita por um pequeno exército de roteiristas e colaboradores trazendo relatos de imigrantes em primeira mão. Já a revista IndieWire apontou que o filme de Garrone tem em sua essência uma alma humana tridimensional e devastadoramente realizada.

Sinopse

Seydou e Moussa são dois adolescentes senegaleses que partem de Dakar rumo à Europa, em uma odisseia contemporânea, superando uma série de obstáculos. Essa grande aventura nos conduz pelos perigos do deserto e do mar, pelas ambiguidades e pelas contradições do ser humano, na qual os sonhos, esperanças e ambições dos personagens principais se transformam em luta por sobrevivência.

Pôster “Eu, Capitão”

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