Jonathan Batista, primeiro bailarino negro da “Pacific Northwest Ballet” muda visual, para espetáculo de Shakespeare

por | abril 20, 2023

Ao falarmos em balé, uma das principais referências no mundo é o bailarino carioca Jonathan Batista, 31 anos, que foi nascido e criado na Cidade de Deus no Rio e agora alcança projeção mundial após ser promovido o primeiro bailarino negro principal da Cia “Pacific Northwest Ballet” em 50 anos de Cia. A grande novidade é que, a mudança de Jonathan no visual, é para protagonizar o clássico de Shakespeare.

“Será um grande sonho realizar o papel de Oberon na obra de Shakespeare, idealizado e coreografado pelo coreógrafo russo e americano George Balanchine, o Pai do estilo e balé americano.

A representatividade de bailarinos negros/pretos em obras de Shakespeare continua sendo mínima, sendo ela em obras históricas como Romeo e Julieta, Sonho de uma Noite de Verão, ou até mesmo Hamlet. “Ainda nos tempos atuais, encontramos uma resistência com obras históricas, onde muitos líderes da dança não nos veem adequado para estes papéis. Nesta obra, ‘Sonho de uma Noite de Verão, eu quero incorporar a trança no meu cabelo, levar comigo toda a representação de quem eu sou, o cabelo faz parte do corpo negro, e é uma pauta que temos de levantar, pois ainda nao é algo bem visto no mundo do balé clássico”, conta Batista.

Jonathan conta que por muito tempo tentou se integrar ao padrão que era largamente pregado (e ainda é) como padrão do bailarino das grandes companhias. “Lembro-me quando mais jovem, chegando a escola de ballet e sendo chamado a atenção, e impedido de fazer parte do ensaio fotográfico de um balé no qual eu faria o papel principal. A partir daquele momento, eu comecei a utilizar de produtos químicos para relaxar meu cabelo e possivelmente ser aceito dentro de um grupo que não compartilhava de semelhancas culturais”, revela.

Em Seattle atualmente, o artista tem contato com outros bailarinos negros, uns com o cabelo estilo black, e outros com tranças,  mostrando que os tempos pedem por mudança. “Podemos sim mostrar a nossa beleza em um todo, e nao ter que nos adequar a uma só cultura”  conclui Jonathan.

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