Quatro anos após lançar seu primeiro disco, o aclamado “Mansa Fúria”, Josyara apresenta para o público seu mais novo trabalho: “Àdeusdará”. Lançado pela Deck, o álbum traz dez faixas inéditas e autorais, um feat com Margareth Menezes, o encontro da percussão com o eletrônico e apresenta uma nova face da artista: a de produtora musical. Além de compor, cantar e tocar seu violão em todas as canções, Josyara assina também os arranjos e a direção do disco, trazendo à tona um debate relevante sobre o lugar da mulher nesta posição e dando um passo importante em sua carreira. Da descoberta por outros meios de criação, aos estudos com os sintetizadores e o desejo pela autonomia, esse trabalho revela a coragem da artista em se mostrar aprendiz, ocupar um novo lugar e assumir inteiramente o que tem a dizer com sua música.
Iniciado na pandemia, em 2020, o processo de criação do álbum foi bastante atravessado pelo período de isolamento social e pela impossibilidade da artista de realizar shows e trabalhos criativos com outras pessoas. “Mergulhar nesse estudo da produção musical me salvou criativamente, porque eu tinha um elemento novo, uma paixão nova para me mover. Acabei me debruçando ao que eu tinha em mãos para criar e fui aprendendo a usar sintetizadores, samples, fazer bases, gravações, enfim, a compor músicas de outra maneira”. Além do violão, “parceiro e companheiro de todas as horas”, as máquinas vieram como mais uma ferramenta de criação e objeto de estudo. “Comecei ali a esboçar os primeiros beats das músicas e a me apaixonar por essa possibilidade de criar novos sons, de transformar as ideias em registro de forma mais direta e autônoma”, afirma Josyara.
Uma outra novidade é a presença forte da percussão, elemento condutor de todo o processo criativo do álbum e desejo primordial de Josyara para este trabalho. O universo musical afro baiano foi uma das principais influências da artista na produção do disco, e como ponte para essa sonoridade ela contou com a parceria de Icaro Sá, que assina o arranjo das percussões e Seko Bass na co-produção de três faixas, ambos músicos do BaianaSystem, além do feat com Margareth Menezes na canção “LadoAlado”. Esse é um disco que fala de profundezas: de críticas sócio-políticas-ambientais às intersecções de corpos e existências, Josyara canta com a mesma força os lamentos e as celebrações, exaltando esses corpos também em festejos, como nas músicas “Bilhetinho”, “Melancia” e “Essa cobiça”, que exaltam o desejo legítimo de falar de amor e se entregar às paixões.
“Àdeusdará” diz muito sobre o desapego às durezas da vida, a entrega ao desconhecido e abertura para novos caminhos. A famosa expressão não tem crase em sua grafia original, sendo a inclusão do acento uma brincadeira gramatical que transforma “deus” em sujeito feminino, justificando o uso da crase e fazendo uma alusão à força feminina que rege o mundo, uma entidade-mulher, que legitima e representa essa voz que canta. “É que o aqui e o agora / é a minha escola, o meu lugar”, anuncia Josyara na música que dá nome ao disco. Já o símbolo que aparece na imagem de capa, junto com a foto, reacende essa opção pelas encruzilhadas, pelo mistério dos caminhos, o mergulho no desconhecido e sobretudo por assumir uma existência e poder dizer, apesar de tudo: estou viva. Canto à Liberdade encerra o disco com um clamor à esperança: “uma canção que evoca a possibilidade de existir em todos os aspectos e espectros, personificando a liberdade para que ela se torne cada vez mais próxima, mais possível e mais real para mim e para nós”. O disco foi gravado entre Salvador, Rio de Janeiro e São Paulo e pode ser ouvido em todas as plataformas digitais.
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