Após duas temporadas de sucesso e uma terceira temporada interrompida por conta da pandemia, está de volta ao Teatro Cândido Mendes, no Rio de Janeiro, o espetáculo “A noite do antílope dourado”. Está é a primeira remontagem deste clássico de 1976 do autor Fernando Melo, na época, dirigida por Osvaldo Loureiro e que tinha no elenco os atores Nestor de Montemar, Mário Cardoso e André Valli.
Embora escrita e encenada na década de 1970, os assuntos abordados no texto permanecem atuais: as perturbações mentais, a homofobia, o poder doentio e desmedido. A trama se desenrola na cela de um manicômio judiciário, mas poderia passar em qualquer lugar onde a imposição de ideias se faz presente. Nesse manicômio se encontra Jorge, um assassino cruel, homofóbico, emocionalmente desequilibrado, e para lá é levada Vera, uma idosa travesti suicida, que vive à margem de uma sociedade hipócrita e preconceituosa. Dois universos diferentes, que se atraem e se repelem mutuamente. Duas partículas de camada s sociais minoritárias e marginalizadas.
Controlando esta cela, está um enfermeiro, que para este pequeno universo representa o poder maior. Abusivo e repressor, do alto de sua posição, este Enfermeiro arma um jogo entre Jorge e Vera com a finalidade de atingir os seus próprios objetivos, que é destruí-lós. Partes fracas que são diante de uma força maior presente, estas minorias (assassino e travesti) se tornam peças fundamentais para saciar a diversão sádica do Enfermeiro. Porém, essa cela não pode comportar três mentes tão perturbada (Jorge, Vera e o enfermeiro) e o final desse jogo é previsível. Uma dessas peças é eliminada.
Segundo o ator e produtor Fernando Giusti, “remontar esse espetáculo quatro décadas após sua estreia original é trazer à cena um tema questionador, polêmico e pulsante”. O Teatro Cândido Mendes fica na Rua Joana Angélica 63, Ipanema. Terças, às 20h. Até o dia 26 de abril. Valor: R$ 50. Mais informações: (21) 2523-3663.
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