Rômulo Corrêa promove exposição ‘Estandarte negro’ em Vitória

por | maio 24, 2022

A abertura da exposição “Estandarte negro”, do artista e pesquisador de memória negra Rômulo Corrêa, será realizada na próxima sexta-feira, dia 27, a partir das 20h, no Museu Capixaba do Negro Maria Verônica da Pas (Mucane), com entrada gratuita. A exposição “Estandarte Negro – Cenários e patrimônios históricos negros do Centro de Vitória” reúne peças de arte em estandartes que abordam memória, espaço e tempo do povo negro capixaba. O projeto contou com apoio da Secretaria Estadual de Cultura por meio do Funcultura.

Os estandartes negros percorreram a infância o imaginário onírico do artista e pesquisador, Rômulo Corrêa, que está graduando em Arquitetura, é filho de pais negros, circula pela região do Centro desde a infância e autodeclara-se pessoa Queer. Rômulo falou sobre os patrimônios ambiental e natural, edificações arquitetônicas, monumentos e patrimônios imateriais pertencentes à cultura negra que perpassam por sua observância crítica na questão do pertencimento legítimo destes monumentos e paisagens: “Minha observância partiu de um ponto zero que é o monumento da Dona Domingas, ali nasce meu incômodo como pesquisador de arte a partir dos meus estudos em arquitetura, ao ver uma mulher negra retratada pelo artista da forma que lhe convém retratar, de forma submissa e aos pés do poder hegemônico político capixaba masculino e branco. Aquela não é a ancestral Dona Domingas para o povo negro, Domingas foi uma mulher potente e dona de si. A exposição Estandarte Negro possuiu dois momentos, um da confecção e o outro que é a exposição com o objetivo de promover a educação patrimonial e racial. Dentro da educação patrimonial ambiental reforcei a relação da formação de consciência para preservação e proteção ambiental que inclui os moradores das comunidades no entorno do Maciço Central do Centro e os não moradores. Retratando e contando as histórias por meio da transmissão de conhecimentos, é fundamental que as narrativas dos griôs e matriarcas das comunidades, mestres e mestras da cultura popular, trabalhadores e pessoas envolvidas neste cotidiano que colaboraram no desenvolvimento social, cultural e econômico da região. E sobre o patrimônio imaterial representado nas oralidades pela Escola de Samba Unidos da Piedade que nasceu dos Morros da Piedade e Fonte Grande no Centro a Banda de Congo Vira Mundo sob a regência do Mestre Renato Santos”.

Ao todo foram estudados, pintados e serão expostos sete estandartes falando sobre os 11 patrimônios negros capixabas: ambiental, arquitetônico e imaterial da cidade de Vitória. O  “Estandarte Vira Mundo“ mostra a relação entre a Igreja Nossa Senhora do Rosário, a Banda de Congo Vira Mundo e o Mestre Renato Santos; o “Estandarte Devoto ao Trabalhador“ a relação entre o Bairro da Piedade com o monumento ao trabalho que retrata o Cavouqueiro na praça Ubaldo Ramalhete; o  “Estandarte aos Povos Originários‘’ propõe um diálogo entre o Bairro da Fonte Grande e o Índio Araribóia; o “Estandarte Matriarca Portuária“ uma ode à Dona Domingas e sua energia alastrando-se aos Armazéns do Porto de Vitória  e o “Estandarte à Cordialidade Negra“ que abordará a relação intrínseca entre a Escola de Samba GRES Unidos da Piedade e o Museu Capixaba do Negro Maria Verônica da Pas, dentre outros.

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