Ressignificar e enaltecer o poder da mulher preta na condução de suas comunidades é o grande mote de “Mãe de santo”, que fará temporada de um mês – de 25 de novembro a 18 de dezembro – no Teatro Laura Alvim, em Ipanema, Rio de Janeiro, com apresentações de sexta a domingo. A montagem traz em cena Vilma Melo, protagonista da série “Encantados”, que estreia também este mês, na TV Globo. Vilma interpretará uma e, ao mesmo tempo, várias mulheres pretas no monólogo.
A peça “Mãe de santo” traz um posicionamento firme e de orgulho das histórias contadas e passadas por gerações e documentando como as mulheres afro-brasileiras são diálogos, corpos sagrados e que utilizam o homem como complemento de suas narrativas e vivências. Com direção geral de Luiz Antonio Pilar, o espetáculo foi escrito pela autora teatral Renata Mizrahi a partir de textos e relatos da filósofa, escritora e professora Helena Theodoro.
“’Mãe de santo’ representa pra mim as mil possibilidades da mulher preta, que dá asas à imaginação, mostrando musicalidade, poesia, espiritualidade, habilidade e maternidade desde muito tempo. Ser mãe de santo é ser mãe do mundo, cuidando de gente de ontem – seus ancestrais – ou de hoje – sua família, amigos, parceiros –, preservando o mundo para um amanhã mais pleno, transformado pelo elo de afeto entre as pessoas, pela arte e por toda a beleza que um olhar doce e meigo pode oferecer. Mãe de santo é mulher que se orgulha de suas histórias e identidades, entendendo que nada é mais profundo do que a pele preta que traz em seu corpo e ilumina sua alma”, afirma Helena Theodoro.
A peça vai além do arquétipo, das vestimentas e acessórios característicos da religião. Ela mostra que essas mulheres também vivenciam o particular – carregam tristezas, perdas, felicidades, medos, angústias e papéis importantes na sociedade. Apesar de estereotipadas, essas figuras religiosas são plurais e, muitas vezes, não recebem o acolhimento de que necessitam. Mas, mesmo assim, ressignificam suas histórias em prol do viver individual e do coletivo existentes nas comunidades que lideram.
“Este espetáculo é a expressão da minha felicidade, do meu compromisso, da minha fé. Um projeto que nasceu em 2018, após conhecer Mãe Celina de Xangô e vislumbrar esta montagem trazendo à cena histórias de tantas mulheres que admiro, que me inspiram e me orientam”, revela o idealizador e produtor Bruno Mariozz.
No traço da materialidade, as mães podem ser vistas como depósitos para desenvolvimento de outros seres. Elas geram, criam e educam com o intuito de integrar a sociedade. Já na não materialidade, a mulher é cabaça, que contém e é contida por representar a vida. A ancestralidade dessas mulheres pretas empodera o cotidiano, os estudos, a família, a carreira profissional, a posição social, e ainda fortalece o enfrentamento do racismo diário.
Serviço:
“Mãe de santo”
Temporada: de 25 de novembro a 18 de dezembro
Sessões: sextas e sábados, às 20h, e domingos, às 19h
Local: Teatro Laura Alvim
Endereço: Avenida Vieira Souto 176, Ipanema, Rio de Janeiro
Duração: 45 minutos
Ingressos: R$ 30 (inteira) e R4 15 (meia)
Classificação indicativa: 12 anos
Capacidade: 190 lugares
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