A arte popular é uma expressão autêntica da cultura brasileira e se tornou objeto de estudo inédito da doutora e mestra em História da Arte pela Universidade Federal da Bahia (UFBA) Jancileide Souza dos Santos. A pesquisa sobre a legitimidade artística e apropriação estética da arte popular resultou no livro “Colecionismo de Arte”, que será lançado pela editora Appris. O evento aberto ao público acontecerá no dia 24 de janeiro, às 17h, na Galeria 3 do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), seguido de sarau com o grupo de arte popular A Pombagem. O endereço é Avenida Lafayete Coutinho, s/n – Comércio, Salvador. A entrada é franca.
O livro analisa a história do processo de promoção, circulação e apropriação estética da arte denominada popular, a partir da experiência de colecionismo, da construção de um campo artístico e da emergência de um mercado de artesanato e arte popular. “Decidi publicar o estudo em livro para ampliar o acesso de todos e todas interessados/as em conhecer mais da história da arte e cultura baiana e brasileira de meados do século XX”, explica Jancileide, professora adjunta de História da Arte do curso de licenciatura em Artes Visuais da Universidade Federal do Oeste da Bahia (UFOB).
Mas, afinal, o que é a chamada arte regional, popular ou artesanal? A autora responde: “é uma expressão que faz alusão à arte das populações negras, indígenas ou afro-indígenas que vivem em zonas rurais, em municípios do interior e nas periferias das grandes cidades de várias regiões do Brasil. Essa arte traduz a diversidade desses povos, sua memória biocultural e ancestralidade. Artesãs e artesãos sobrevivem, inventam e reinventam objetos de uso cotidiano em um contexto em que é cada vez mais difícil manter suas tradições culturais. É uma arte e cultura que ainda re-existem frente ao etnocídio e ao genocídio cultural e todas as formas de opressão que ameaçam a vida e a existência desse povos e comunidades, sobretudo de mulheres negras e indígenas”, conta Jancileide.
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