Bia Nogueira, idealizadora do festival IMUNE – que celebra a música preta, indígena, periférica e LGBTQIAPN+ –, apresenta Respira, um álbum que transita entre experiências pessoais e coletivas.
Com oito faixas, o projeto convida à reflexão sobre questões sociais e ambientais, explorando também a interseção entre tecnologia e sabedoria ancestral — além de temas como solidão, desejo, autenticidade e reconexão. Entre as participações especiais, nomes de peso como Djonga, Bela Maria e Barulhista. “Nesse momento em que vivemos com excesso de informação e pouco tempo para pensar, Respira é um convite para desacelerarmos e um manifesto ambiental”, afirma a cantora e compositora.
Produzido por Richard Neves e Rico Manzano, o trabalho mescla pop, canção brasileira e música eletrônica com ritmos do congado de Minas Gerais.
“Este álbum foi um processo de decantação que começou na pandemia e amadureceu com o tempo. Aos poucos, consegui fechar uma narrativa musical que traduz como vivi esse período. Vejo este trabalho como um mergulho profundo e maduro, que sintetiza uma trajetória de investigação estética entre o pop e a música preta tradicional de Minas, sempre atravessada pela força da canção brasileira.”
O álbum conta, ainda, com a colaboração da banda Carta, formada por Débora Costa, Bruno e Thiago Quintino. A presença de Kátia Aracelle, que toca a gunga, reforça a importância das tradições afro-mineiras, enquanto a participação de ImagineUai (Aloísio Tocafundo), engenheiro de Inteligência Artificial, evidencia a aposta no afrofuturismo.
“A presença da Kátia tocando gunga — uma guardiã da tradição do congado — representa esse elo com a ancestralidade. A gunga é um instrumento típico de Minas Gerais, um tipo de chocalho que se toca enquanto se dança, ou que se dança enquanto se toca. Ao mesmo tempo, exploro meu profundo interesse pelas novas tecnologias e pela inteligência artificial. Acredito que essas ferramentas podem melhorar a vida humana, mas é fundamental estarmos ancorados na sabedoria ancestral para não nos perdermos pelo caminho. As tecnologias podem ser benéficas, mas, por si só, não garantem um avanço real”, conclui Bia.
Além do lançamento nas plataformas digitais, Respira também ganha vida no palco com uma turnê que percorre seis capitais do Nordeste. Com apresentações já realizadas em Recife, Natal, João Pessoa, Fortaleza e Maceió, o show segue agora para sua última parada: Salvador, no dia 26 de abril, no Colaboraê. A circulação faz parte do Rolézinho Imune, iniciativa do Coletivo Imune — grupo que se destaca por fomentar conexões artísticas pelo país. Na capital baiana, o espetáculo contará com a presença de Pedro Pondé, Fashion Piva e João Merín.
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