A capital paulista é, sem dúvida, um dos maiores polos do funk brasileiro, cenário de importantes fenômenos musicais e responsáveis pela popularização do gênero nas últimas décadas. Com grandes nomes da cena que nasceram ou fizeram sua carreira nela como Tati Zaqui, Hyperanhas e MC Dricka, a cidade se consolidou como metrópole do funk, mas, ainda assim, o número de mulheres no gênero segue sendo muito baixo. Esse quadro de desigualdade, no entanto, tem mudado, especialmente nas periferias, onde quatro mulheres se uniram para criar um projeto de crew que promete fortalecer e representar a voz feminina dentro do funk: DDR – Damas da Rua.

Com raízes nas quebradas da zona leste e norte de São Paulo, DDR é formado pelas MCs Lizz, Baaby Cris, Kisha e Junerisx. Cada uma com sua identidade e estilo, mas unidas pela missão de ocupar o espaço que sempre foi predominantemente masculino, as Damas da Rua têm se destacado pela autenticidade e coragem de colocar a quebrada no palco principal do funk.

“Cada uma estava em um corre, no meio de sessões de estúdio fomos nos conhecendo e aí surgiu a DDR pra reunir ambição e expansão”, afirma Lizz, uma das integrantes do grupo. O encontro das Damas aconteceu no estúdio do DJ Bruninho, localizado em Cidade Tiradentes, um dos bairros mais representativos da periferia paulistana e para o funk. Ali, elas deram início ao projeto que resultou no single “Cola na Base”.

No entanto, as dificuldades ainda são grandes para mulheres no gênero, que enfrentam barreiras como o machismo estrutural. Junerisx compartilha uma de suas experiências, apontando a diferença de tratamento entre os produtores e as artistas mulheres: “Os caras muitas vezes não dão a mesma atenção. Às vezes a produção sai três meses depois, enquanto as dos caras saem em uma semana.” Esse tipo de desafio apenas fortalece a determinação do grupo, que segue sua trajetória com força e visibilidade crescente.

Para abrir o verão de 2024, DDR lança “Pagode Pra Relaxar”, uma homenagem aos pagodes que sempre marcaram as festas e churrascos de quebrada, mas com a pegada do funk que vai animar os verões à beira da piscina ou à beira-mar. A música traz uma vibe leve e contagiante, com uma fusão de funk e referências ao pagode clássico como do grupo Raça Negra, criando um som perfeito para quem quer relaxar e se divertir. A produção é assinada pelo DJ Jucka (Studio FZR).

Mesmo sendo um projeto recente, DDR já tem mostrado sua força nos palcos e na cena do funk, com destaque para shows ao lado de MC João (Baile de Favela), além de projetos com os DJs Billy Mandela e Wilton, e colaborações com artistas como MC Landy, sobrinho do finado MC Daleste. A presença do grupo em grandes palcos e em feats com outros nomes do funk prova que o lugar das mulheres, especialmente nas periferias, é cada vez mais conquistado com muito talento e autenticidade.

Sobre DDR – Damas da Rua:

Formado por Lizz, Baaby Cris, Kisha e Junerisx, o grupo DDR é a nova cara do funk feminino, trazendo para a cena uma mistura de atitude, musicalidade e empoderamento. Com suas letras que falam de superação, empoderamento e a vivência nas periferias, as Damas da Rua são, sem dúvida, uma das promessas mais potentes da música brasileira atual.