O cenário musical brasileiro ganha um novo marco com a ascensão de Lizz Qual Lobato, uma talentosa artista da Cidade Tiradentes, extremo leste da capital paulista. Lizz, além de ser a primeira MC autista do país, também é uma pessoa trans, quebrando barreiras e trazendo representatividade para diversas comunidades.

Atualmente, Lizz integra o grupo DDR, Damas da Rua, uma crew de funk composta exclusivamente por mulheres. Dentro do grupo, Lizz se destaca pelo seu lirismo delicado e ousado, refletindo suas vivências pessoais e sua identificação com o gênero do funk ousadia.

Desde criança, Lizz mostrou aptidão para a música, tocando o violão do pai e o teclado da avó, reproduzindo melodias que ouvia. Seu talento precoce também se manifestou na aprendizagem rápida do inglês ao assistir programas de televisão, um comportamento que a diferenciava de outras crianças ao seu redor.

Ao longo dos anos, Lizz percebeu que suas características, como hiperfoco e ecolalia – a repetição perfeita de letras de música ou dublagens –, eram sinais de algo mais. Foi apenas após consultas com psicólogos e psiquiatras que ela recebeu, aos 27 anos, o diagnóstico de autismo. Esse diagnóstico trouxe para Lizz um sentimento de felicidade, alívio e pertencimento, especialmente considerando a dificuldade que muitas mulheres enfrentam para obter o diagnóstico devido à predominância de estudos focados em homens.

“Quando alguém fala que eu não pareço autista, eu digo que pareço sim, pois autista não tem cara!”, afirma Lizz com orgulho.

Sua jornada e suas conquistas são uma inspiração, mostrando que é possível vencer os obstáculos e se destacar em qualquer área, independentemente das diferenças. Lizz continua a expandir seus horizontes como artista e ativista, sendo uma voz poderosa e representativa na música e na luta por inclusão e reconhecimento.