Don L assina feat. inédito com Selo Instituto para filme da Mostra AR-TE, de Alexandre Orion e Instituto Ar, que chega hoje ao CCSP

por | novembro 18, 2025

O rapper Don L assina feat. inédito com o Selo Instituto, formado pelos produtores Tejo Damasceno e Rica Amabis, para o filme da Mostra AR-TE, de Alexandre Orion e Instituto Ar, que entra em cartaz no Centro Cultural São Paulo (CCSP), nesta terça (18), às 19h30. Com participações de Pupillo, Dengue e Thiago França e supervisão musical de Fernanda Couto, a faixa “Asfixia” foi pensada especialmente para a trilha sonora original do minidocumentário “E Quando o Pior Ar Piorar”, dirigido pela Big Bonsai.

“Pensei em como a gente não tem ar pra pensar sobre o ar, sobre a poluição. Não tem espaço. Não tem clima pra pensar sobre o clima. Vivemos a asfixia da luta cotidiana, em meio ao estrangulamento de qualquer projeto de vida coletivo. Não tem projeto de cidade porque pensar nisso passaria por pensar no coletivo de pessoas como um só povo, numa cidadania que se expandisse pra além das portas e câmeras engaioladas dos condomínios e carros enfileirados andando na velocidade de carroças”, conta Don L sobre o processo de criação da letra.

O artista multimídia Alexandre Orion e o Instituto Ar apresentam a mostra AR-TE no Centro Cultural São Paulo (CCSP), entre os dias 18 de novembro e 25 de janeiro. O projeto contempla uma exposição com dez obras e um minidocumentário assinado pela produtora Big Bonsai, que transformam poluição em arte e denúncia. Reconhecido por utilizar a própria sujeira das cidades como matéria-prima de forma pioneira no universo artístico, Orion propõe uma reflexão contundente sobre as emissões atmosféricas e seus impactos na vida humana e no futuro do planeta. A mostra apresenta também uma versão tátil integral da exposição, na Biblioteca Louis Braille, no CCSP.

A exposição e o documentário AR-TE retomam o histórico de obras de Alexandre Orion relacionadas à poluição – desde a icônica intervenção “Ossário”, realizada no túnel Max Feffer, até os murais com técnica pioneira de pintura com fuligem – numa impactante linha do tempo. A mostra também apresenta nova série do artista “E Quando o Pior Ar Piorar?”, iniciada com a alarmante constatação de que São Paulo havia sido apontada como a megalópole com o ar mais poluído em um ranking internacional, em 2025. “Nesta parceria com o Instituto Ar, vestimos meu trabalho com a estética de recortes de jornal e conseguimos combinar a narrativa artística com dados impressionantes sobre a gravidade do problema. A exposição e o documentário têm um apelo socioambiental e informacional que eu espero que resulte em conscientização e em mudanças reais para um futuro melhor.”, explica Orion.

As obras de AR-TE combinam produção artística com textos informativos que revelam tanto o processo criativo quanto dados científicos sobre poluição, clima e saúde. Durante a experiência, que ocupa três diferentes espaços expositivos no CCSP, o público é confrontado com informações estarrecedoras. São números que expõem a gravidade da crise climática e suas consequências para a saúde, a qualidade do ar que respiramos e a vida em escala planetária.

Já o mini documentário, realizado pela produtora Big Bonsai, acompanha as pesquisas de Alexandre Orion em torno do uso da poluição como material artístico. O filme traz depoimentos de artistas e especialistas em saúde, urbanismo, meio ambiente e outras áreas ampliando o diálogo entre arte, ciência e sociedade. Entre as contribuições de especialistas para o documentário, o médico patologista Dr. Paulo Saldiva, a doutora em Física Atmosférica e Pesquisadora do Instituto Ar Renata da Costa; o filósofo e economista Eduardo Giannetti, a liderança indígena, brigadista florestal e mestra dos saberes no Museu das Culturas Indígenas de São Paulo Sônia Ara Mirim e a ativista sócio-ambiental e Diretora Executiva do PerifaConnection Thuane Nascimento (Thux) fundamentam a narrativa artística com conhecimentos científicos e ambientais rigorosos.

A parceria entre o Instituto Ar e a obra de Orion resulta numa soma valiosa de múltiplas camadas analíticas, em uma ação de impacto sociocultural e relevância artística. A entidade sem fins lucrativos atua desde 2008 no enfrentamento da mudança climática e da poluição do ar pela perspectiva da saúde humana. O artista, que pensa e cria pelo viés ambiental já há mais de 20 anos, e o Instituto olham para a mesma direção e agora somam forças ao dedicarem-se à produção de conhecimento e mobilização da sociedade e das instituições para a causa.

A profundidade e autenticidade desta relação motivou a criação da mostra, segundo Roberta Mourão, coordenadora de parcerias do Instituto Ar e uma das idealizadoras do projeto. “Ao transformar o caos em arte, lavando a fuligem e revelando o incômodo, a arte de Orion reflete de maneira poderosa a urgência da causa que une o artista e o Instituto Ar, trazendo a potência da arte como linguagem capaz de levar temas complexos para novos lugares, contextos e públicos.”, analisa.

Em um cenário global no qual a poluição do ar e a crise climática são a maior ameaça global à saúde, conforme alertado pela ONU e pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019,  AR-TE apresenta uma ponte essencial para o diálogo, a conscientização e a busca por soluções. “Como uma instituição profundamente comprometida com a vida e o bem-estar das comunidades, acreditamos firmemente que não podemos dissociar a saúde pública do debate ambiental. ”, explica Evangelina Araújo, médica fundadora do Instituto Ar e embaixadora do movimento Médicos Pelo Clima.

“O projeto AR-TE é uma manifestação dessa convicção. Ao unir a profundidade da ciência com a potência transformadora da arte, buscamos traduzir dados complexos e urgências climáticas em experiências acessíveis e impactantes para o público.” completa.

Em meio às discussões da COP30, a mostra se afirma como um espaço de provocação e consciência, no qual arte e ciência encontram-se para questionar o impacto das escolhas humanas sobre o presente e o futuro do planeta.

O projeto AR-TE é apresentado pelo Ministério da Cultura e produzido pelo Instituto Ar em parceria com Alexandre Orion, por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet), com patrocínio de Chiesi e Grupo Fleury.

 

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