De 16 a 21 de setembro, a quebrada vai pulsar ainda mais forte: a 7ª edição do Festival Elemento em Movimento chega com tudo à Ceilândia (DF), ocupando espaços como a Praça do Cidadão e a Praça do Trabalhador com shows, oficinas, rodas de conversa, batalhas, intervenções e esportes urbanos — tudo 100% gratuito e aberto pra geral.
Mais que um festival, o Elemento em Movimento é um grito coletivo das periferias do Distrito Federal. Criado em 2009, o evento nasceu do desejo de fortalecer a cultura preta, jovem e urbana das quebradas e elevar o hip-hop como linguagem política, educativa e transformadora. Em 2025, o projeto retorna com mais de 35 atrações, envolvendo arte, formação e impacto real no território.
“Muito mais que um festival, o Elemento em Movimento é uma iniciativa que une formação, debate e fruição artística — com o propósito de descentralizar, integrar e fortalecer a cultura periférica”, afirma Antônio de Pádua, coordenador do evento.
Palco potente, periferia protagonista
O line-up deste ano tá pesadíssimo e cheio de encontros simbólicos: Djonga convida GOG em um show histórico que atravessa gerações do rap brasileiro. Kaê Guajajara se junta a Realleza para um feat inédito. E a MC Carol chega dominando a Tenda Cultural, junto com DJ Dayeh, Febem, Projeto RAP e o Sarau Vá.
No sábado (20), o Palco Elemento recebe Stefanie, Bione (vencedora do pitch do Latinidades), Mago de Tarso, Isa Marques, Nenzin MC & Gabiru e Wiu. Já no domingo (21), o palco esquenta com Flor Furacão, Margaridas, UANA, Som de Bob com participações de Zeider (Planta & Raiz), Jeremias (da banda Edson Gomes) e Negra Eve.
Muito além do palco: formação e vivência
O festival também é lugar de aprendizado, troca e construção coletiva. As Oficinas Movimente-se, realizadas ao longo de três meses, capacitam 120 jovens em produção cultural, roadie, cenografia e cobertura de eventos — e são esses mesmos jovens que vão assinar a realização do festival ao lado da equipe.
Entre 16 e 19 de setembro, acontece o Diálogos em Movimento, espaço de escuta e reflexão com artistas, produtores, lideranças locais e pesquisadores discutindo temas como juventude, inovação, cultura digital e economia criativa.
“Ter Djonga e GOG no mesmo palco é muito simbólico pro rap do DF, que sempre esteve na linha de frente do gênero. Essa edição é uma homenagem ao hip-hop brasileiro e à força das quebradas”, destaca a coordenadora Natália Botelho.
Cultura viva e ocupação criativa
Além dos shows, a programação ativa o território com muito mais: tem batalhas de rima, intervenções poéticas, graffiti, slackline, skate, parkour e basquete de rua. Na Tenda Movimento, a lendária Batalha do Neurônio, comandada por Nenzin MC e Biro Ribeiro, coloca em cena a inteligência afiada das rimas improvisadas e a oralidade da quebrada em evidência.
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