João Jardel testa limites da música no EP de pretocore e macumba industrial “POP”

por | abril 3, 2024

Misturando o que forma o popular e o antipopular, o que é inconsciente coletivo e experiências pessoais e a canção e o ruído, o artista mineiro João Jardel lança o EP “POP”. O experimental trabalho de pretocore e macumba industrial é feito para instigar, desde o seu nome.

“Explicar o ‘POP’ é tentar entender que, musicalmente e conceitualmente, tudo nasceu de um surto que mistura ideias, desconforto e luto. Pode parecer que esta é uma obra onde vou chorar várias coisas, tentar chamar atenção para outras e descrever outras mais. Mas, ao contrário do que parece, esse EP não é uma remontagem de autopiedade. Esse é o princípio do que virá a ser o ‘ANTIPOP’: uma figura confusa, debochada, extremamente irritada mas bem insegura, escondido atrás de impulsos digitais, uma certa bipolaridade e alguma revolta não tratada em terapia”, conta ele, que já trabalha em um segundo EP de contraponto a este lançamento.

João Jardel nasceu em Itabira e está imerso na música desde a adolescência, passando por projetos no rock alternativo e no indie folk, mas é com seu projeto solo onde ele apresenta uma expressão genuína de sua visão artística e de suas inquietações pessoais. O artista não tem medo de mergulhar em temas complexos e polêmicos, como evidenciado em seu trabalho anterior “Branco”, que abordou questões relacionadas ao racismo estrutural e recreativo.

Mais do que apenas uma experiência musical, “POP” parece ser uma provocação e apenas o começo de algo maior, um prenúncio do que está por vir.

O lançamento é uma aposta do selo Diáspora, projeto de Hugo Noguchi (Ventre, SLVDR) que pretende dar visibilidade para que artistas racializados se insiram de modo profissional no mercado musical, buscando descendentes das diásporas africana e asiática, bem como das internas brasileiras.

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